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Tipo: Tese
Título: UNS ALGUÉNS EM MUNDOS DE AVALIAÇÕES EXTERNAS (ou: espaços escolares produzidos em narrativas, constituintes e reprodutoras, de modernidade/colonialidades)
Autor(es): DAYANI QUERO DA SILVA
Primeiro orientador: Joao Ricardo Viola dos Santos
Resumo: Um sistema escolar acontece com conteúdos, ensino e aprendizagem em um discurso de melhoria, desenvolvimento, progresso, igualdade e universalidade, na esperança de construção de uma sociedade outra. Ao encontro, são prescritos caminhos para uma suposta educação de qualidade por meio de avaliações externas, uma estratégia político-econômica-pedagógica que, no limite, reforça o projeto colonial (patriarcal, hierárquico, eurocêntrico) de uma Educação (Matemática). Em meio a esse cenário, pautada no interesse de investigar significados, atravessamentos, afetos, dilemas e possibilidades de sujeitos educacionais em relação às avaliações externas, escola e salas de aula de matemática, apresento, nesses escritos, travessias que compõem uma pesquisa de doutorado. Assumindo uma atitude decolonial, produzo uma estratégia teórico-metodológica pautada no desejo de tornar-me sujeito em cada uma dessas linhas, com leituras da temática avaliação externa, com observações de territórios escolares, com encontros por meio de entrevistas com estudantes, professores, diretora e pesquisadores, na tentativa de operar em um espaço de possibilidades e resistências. Talvez (ou com certeza), esses movimentos que compõem minhas travessias foram (ou são) assolados pela Covid-19, a qual não se constitui apenas como um atravessamento, mas como um limite e, a partir dele, em inventar travessias outras. Em um movimento com produções de Susano Correia, tento lidar com o peso de um silêncio (ou ainda, esgarçá-lo), embora, quase sempre, lidando com abismos. Componho um outro movimento por meio de produções e atitudes decoloniais em contágios com Grada Kilomba, Catharine Walsh, Walter Mignolo, atuo em uma tentativa de subverter lógicas coloniais, produzindo a partir de e com silêncios de grupos subalternos, reconhecendo sujeitos. Assim, em fissuras, brechas, processos de produção de significados e afetos esses escritos acontecem em meio às avaliações externas ou em alguns de seus efeitos em, pelo menos, três movimentos. Um primeiro, avaliações externas operam na manutenção de um discurso de uma (suposta) avaliação da qualidade do ensino. De maneira censitária, em um caráter universal, padronizada, tomam alunos, escolas, professores como números, em processos (violentos) de responsabilização. Em outro movimento, produzido em tensões entre a escola e as avaliações externas, estas em seu caráter de universalidade, se deriva de um projeto colonial de poder e atua como um dispositivo de controle, como um aparelho de Estado, em tentativas incessantes de atingir metas: preparar os alunos para uma avaliação. Desta, preparar os alunos para outra. E assim segue, sempre em um tempo da espera. Também em um outro movimento, avaliações externas acontecem em um por vir, em uma tentativa de produzir mundos outros possíveis, com uma atitude de resistência, transgressão, insurgência, afirmando a diferença como potência de vida e dialogando com uma cultura de pertencimento. Operar com uma possibilidade do desaprender do que foi imposto pela colonialidade, em movimentos de aberturas.
Abstract: A school system consists of content, teaching and learning in a discourse of improvement, development, progress, equality and universality, in the hope of building a different society. At the meeting, paths are prescribed for a supposed quality education through external assessments, a political-economic-pedagogical strategy that, ultimately, reinforces the colonial (patriarchal, hierarchical, Eurocentric) project of (Mathematics) Education. In the midst of this scenario, based on the interest of investigating meanings, crossings, affections, dilemmas and possibilities of educational subjects in relation to external assessments, schools and mathematics classrooms, I present, in these writings, crossings that make up a doctoral research. Assuming a decolonial attitude, I produce a theoretical-methodological strategy based on the desire to become a subject in each of these lines, with readings on the theme of external evaluation, with observations of school territories, with meetings through interviews with students, teachers, principal and researchers, in an attempt to operate in a space of possibilities and resistance. Perhaps (or certainly), these movements that make up my crossings were (or are) devastated by Covid-19, which is not just a crossing, but a limit and, from there, inventing other crossings. In a movement with productions by Susano Correia, I try to deal with the weight of silence (or even fray it), although, almost always, dealing with abysses. I compose another movement through decolonial productions and attitudes in contagion with Grada Kilomba, Catharine Walsh, Walter Mignolo, I act in an attempt to subvert colonial logics, producing from and with the silences of subaltern groups, recognizing subjects. Thus, in fissures, gaps, processes of production of meanings and affections, these writings take place in the midst of external evaluations or in some of their effects in at least three movements. First, external evaluations operate in maintaining a discourse of a (supposed) evaluation of the quality of teaching. In a census manner, in a universal, standardized way, they take students, schools, teachers as numbers, in (violent) processes of accountability. In another movement, produced in tensions between the school and external evaluations, these in their character of universality, derives from a colonial project of power and acts as a control device, like a State apparatus, in incessant attempts to achieve goals: prepare students for an assessment. This way, prepare students for another. And so it goes, always in a time of waiting. Also in another movement, external evaluations take place in a future, in an attempt to produce other possible worlds, with an attitude of resistance, transgression, insurgency, affirming difference as a power of life and dialoguing with a culture of belonging. Operate with the possibility of unlearning what was imposed by coloniality, in opening movements.
Palavras-chave: Educação Matemática
Escola
Decolonialidade
Políticas Educacionais
Avaliações em larga escala.
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/7978
Data do documento: 2023
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Educação Matemática

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