Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/8695
Tipo: Dissertação
Título: A RESISTÊNCIA INDÍGENA NO ESTADO PLURINACIONAL: UM ESTUDO CULTURAL A PARTIR DA CONSTITUIÇÃO BOLIVIANA DE 2009
Autor(es): Pablo Siminio
Primeiro orientador: Miguel Rodrigues de Sousa Neto
Resumo: O que vem se sucedendo na Bolívia é uma verdadeira revolução cultural que é resultado de um longo processo de resistência indígena. Depois de mais de 180 anos de uma conflituosa história republicana em que os povos indígenas foram subalternizados e sendo a Bolívia um dos países mais pobres, desiguais e excludentes da América Latina, um governo como o de Evo Morales, aliado a uma nova Constituição, representa uma verdadeira revolução simbólica e uma nova época para esta sociedade andina. Uma época em que os atores indígenas não são mais representados por outros, como foram no passado, onde as suas identidades se subsumiam abaixo das identidades campesinas e obreiras, agora, falam por sua própria conta e as suas identidades étnicas se põe ao encontro do cenário político de uma maneira renovada. Dessa forma, objetivamos analisar a resistência indígena no Estado Plurinacional boliviano, buscando compreender: conflitos e contradições quanto ao reconhecimento do modelo de Estado; das Autonomias; da oficialização de línguas indígenas; da economia; da Justiça comunitária; da cultura; da representação política dos povos minoritários e as tentativas pluralistas de reforma política e do complexo processo de acordo político presentes na construção do Estado Plurinacional boliviano. Como fontes deste estudo utilizamos, além da própria Constituição, de normas correlatas, de sites, de atlas eleitoral, da imprensa boliviana, do “Servicio Estatal de Autonomías” e de documentos de diversas organizações da Bolívia e de pronunciamentos proferidos por diversas autoridades bolivianas. O referencial teórico para este estudo foi constituído, sobretudo, pelos autores Salvador Schavelzon e Álvaro García Linera. Concluímos que aimarás liberais, socialistas indianistas, mestiços pachamânicos e republicanos comunitaristas, ao lado de formas “selvagens”, comunitárias ou em busca de soberania e inclusão social foram incluídos na Constituição indefinida, com silêncios estratégicos e negociações forçadas, que resultaram na coexistência de vozes e perspectivas cosmopolíticas distintas. Da mesma maneira, foi possível constatar que a forma republicana foi questionada por diferentes maneiras de compreender a propriedade (com a territorialidade coletiva e reconhecimento da ancestralidade), a forma representativa de governo (com a inclusão da representação direta dos povos no parlamento), o sistema jurídico do direito positivo (com a jurisdição indígena camponesa) e a divisão de poderes (com o controle social). Assim, no novo texto encontramos: acordos, pontos intermediários, contradições e afirmações que vão em distinta direção. Essas formas políticas justapostas e combinadas foram acessadas por meio da “leitura” e do “olhar” — leia-se, análise cultural — abertos à diferença e a complexidade — do fenômeno cultural —, tendo por metodologia a “centralidade da cultura”, em que se vislumbra a possibilidade de interseção entre áreas do conhecimento no que se refere também para além dos mecanismos intra-discursivos do texto, bem como pela instrumentalização do conceito das "duas bolívias" desenvolvido por Salvador Schavelzon, que consiste na leitura da realidade boliviana expressada na fratura e divisão irreconciliável, mas não só isso, deriva-se da cosmologia andina em imagens do encontro, da mistura e da combinação, do diálogo, e ainda pela forma como Álvaro García Linera coloca o problema da plurinacionalidade, nas condições atuais do Estado e do capitalismo na sociedade Boliviana, por meio da operacionalização dos seus conceitos de republicanismo do cumum ou republicanismo comunitário, Estado Integral e capitalismo andino-amazônico. Como se sabe, não é preocupação apriorística dos Estudos Culturais desvelar a maneira como o receptor interage com o texto, mas sim perceber como as estruturas imanentes geram o seu sentido. Este estudo faz, portanto, uma abordagem, tanto intra-textual, como calcada em suas lacunas. Palavras-chave: Resistência indígena; Estado Plurinacional boliviano; Constituição boliviana de 2009 (CPE).
Abstract: Lo que ha estado sucediendo en Bolivia es una verdadera revolución cultural que es resultado de un largo proceso de resistencia indígena. Después de más de 180 años de una conflictiva historia republicana en la que los pueblos indígenas estuvieron subordinados y siendo Bolivia uno de los países más pobres, desiguales y excluyentes de América Latina, un gobierno como el de Evo Morales, combinado con una nueva Constitución, representa una una verdadera revolución simbólica y una nueva era para esta sociedad andina. Una época en la que los actores indígenas ya no están representados por otros, como lo eran en el pasado, donde sus identidades estaban subsumidas bajo las identidades campesinas y obreras, ahora hablan por sí solos y sus identidades étnicas entran en juego político de una manera renovada. forma. De esta manera, pretendemos analizar las resistencias indígenas en el Estado Plurinacional boliviano, buscando comprender: conflictos y contradicciones en torno al reconocimiento del modelo de Estado; de Autonomías; la oficialización de las lenguas indígenas; de la economía; Justicia Comunitaria; de Cultura; la representación política de los pueblos minoritarios y los intentos pluralistas de reforma política y el complejo proceso de concertación política presentes en la construcción del Estado Plurinacional boliviano. Como fuentes para este estudio utilizamos, además de la propia Constitución, normas al respecto, sitios web, atlas electorales, la prensa boliviana, el Servicio Estatal de Autonomías y documentos de diversas organizaciones bolivianas y declaraciones de diversas autoridades bolivianas. El marco teórico de este estudio estuvo constituido, sobre todo, por los autores Salvador Schavelzon y Álvaro García Linera. Concluimos que aymaras liberales, socialistas indianistas, mestizos pachamanicos y republicanos comunitarios, junto a formas “salvajes”, comunitaristas o en busca de soberanía e inclusión social fueron incluidos en la Constitución indefinida, con silencios estratégicos y negociaciones forzadas, que resultaron en la convivencia. de voces y diferentes perspectivas cosmopolíticas. Del mismo modo, se pudo comprobar que la forma republicana fue cuestionada por diferentes formas de entender la propiedad (con territorialidad colectiva y reconocimiento de la ascendencia), la forma representativa de gobierno (con la inclusión de la representación directa del pueblo en el parlamento), el sistema jurídico de derecho positivo (con jurisdicción indígena campesina) y la división de poderes (con control social). Así, en el nuevo texto encontramos: acuerdos, puntos intermedios, contradicciones y declaraciones que van en diferentes direcciones. Se accedía a estas formas políticas yuxtapuestas y combinadas a través de la “lectura” y la “mirada” – lectura, análisis cultural – abierto a la diferencia y la complejidad – del fenómeno cultural –, teniendo como metodología la “centralidad de la cultura”, en la medida en que la posibilidad de El cruce entre áreas del conocimiento se vislumbra en lo que va también más allá de los mecanismos intradiscursivos del texto, así como a través de la instrumentalización del concepto de las "dos bolivias" desarrollado por Salvador Schavelzón, que consiste en la lectura de la realidad boliviana. expresada en la fractura y división irreconciliable, pero no sólo eso, deriva de la cosmología andina en imágenes de encuentro, mezcla y combinación, diálogo, y también a través de la forma en que Álvaro García Linera plantea el problema de la plurinacionalidad, en las condiciones actuales de el Estado y el capitalismo en la sociedad boliviana, a través de la operacionalización de sus conceptos de republicanismo cumum o republicanismo comunitario, Estado Integral y capitalismo andino-amazónico. Como sabemos, no es preocupación a priori de los Estudios Culturales desvelar la forma en que el receptor interactúa con el texto, sino comprender cómo las estructuras inmanentes generan su significado. Por lo tanto, este estudio adopta un enfoque, tanto intratextual como basado en sus lagunas. Palabras clave: Resistencia indígena; Estado Plurinacional bolivaino; Constitución boliviana de 2009 (CPE).
Palavras-chave: Digite aqui as palavras-chave de sua Dissertação (até cinco palavras-chave)
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/8695
Data do documento: 2023
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
Dissertação - Pablo Siminio.pdf1,32 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.