Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/8461
Tipo: Dissertação
Título: CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA FEMININA: CORPOS VIOLENTADOS, VOZES SILENCIADAS
Autor(es): Maressa Garcia Urbano
Primeiro orientador: Celina Aparecida Garcia de Souza Nascimento
Resumo: Esta pesquisa se justifica por surgir “das cinzas”, de caminhos dos discursos de gênero, principalmente, pelo que me toca: violência contra a mulher, por desde criança ter presenciado cenas de violência doméstica, sobretudo a psicológica, doentia e perspicaz, oriundas de toda uma geração de traumas. Hoje, de 2019 a 2023, o histórico-social, envolto de dados presenciados e levantados a partir da pandemia do Covid-19, que funcionaram como um gatilho para abordar tal temática nesse texto, mostra o quanto os índices de violência contra a mulher aumentaram significativamente. Segundo dados levantados pela série de reportagens ‘Um vírus e duas guerras’, projeto desenvolvido de forma colaborativa entre mídias independentes, o estado de Mato Grosso do Sul, por exemplo, tem a terceira maior taxa de feminicídio do país, no período que compreende entre março e agosto de 2020. A série mencionada visou monitorar os casos de feminicídios e de violência doméstica, no período da pandemia no Brasil, em 2020, visibilizando o debate sobre a criação ou manutenção de políticas públicas de prevenção à violência de gênero no Brasil. Nesta toada, tem-se como pressuposto que desde a antiguidade as mulheres são vítimas de maus-tratos e violência, seja ela de forma psicológica, física ou moral. Assim temos como hipótese de trabalho que a violência é parte constituinte do sujeito mulher, implicando em desdobramentos e fazendo com que a mulher assuma papel de subalterna, conforme a própria sociedade lhe impõe. Sendo assim, problematizamos: quais são os efeitos de sentido dos discursos patriarcais/misóginos, sobretudo em relação à constituição identitária do sujeito mulher? As mulheres são, de fato, silenciadas? A análise se dá por meio do aporte teórico-metodológico do filósofo Foucault (1987; 2013), para as noções de discurso, formação discursiva, saber-poder; da analista do discurso francês Orlandi (2003), essencial para as questões relativas às condições de produção; da Linguística Aplicada desconstrutiva, representada por Coracini (2007, 2015), para as noções de sujeito e identidade, numa interface com Lacan (1998), acerca do sujeito psicanalítico. Também recorremos a Butler (2015), Ribeiro (2017), Saffiotti (1987; 1995; 2004), Spivak (2010) e Faludi (2001), acerca das questões de gênero, silenciamento, patriarcado e violência de gênero, dentro das quais esta última autora traz o conceito de backlash. O principal objetivo consiste em discutir questões que constituem a identidade do sujeito mulher que esteve em situação de violência. Já os objetivos específicos são: 1) Discutir as principais regularidades como discursos, relações de saber-poder e resistência que constituem a identidade do sujeito mulher; e, 2) Analisar as práticas discursivas que atravessam as noções do medo e do silenciamento. Assim, o olhar dessa dissertação recai sobre constituição identitária do sujeito mulher em situação de violência, constituído a partir de cinco vídeos depoimentos disponíveis na plataforma de domínio público Youtube, sendo três deles gravados em 2013, um em 2017 e outro em 2019, mas praticamente todos publicados em 2020 no referido site. A pesquisa foi organizada em três capítulos, os quais problematizam: condições de produção, questões teórico-metodológicas e análise. Por meio da análise, foi possível perceber que os sujeitos mulheres em situação de violência estão nessas situações porque foram assujeitadas a tal, a partir do discurso patriarcal, vigente na sociedade até hoje. Destarte, discutir o assunto da violência de gênero e o efeito backlash se faz mister para que se reconheça quais são as tradições políticas, socioculturais e jurídicas que permeiam a sociedade, no intento de escutar, ativamente, o que essas mulheres em situação de violência têm a dizer, sobretudo, mulheres em condição de subalternidade. Palavras-chave: Identidade, Discurso patriarcal, Violência contra a mulher.
Abstract: Esta investigación se justifica por el hecho de que surge “de las cenizas”, de los caminos de los discursos de género, principalmente, por lo que me toca: la violencia contra la mujer, pues desde niña he sido testigo de escenas de violencia intrafamiliar, sobre todo psicológica. , enfermizo y perspicaz, surgido de toda una generación de traumas. Hoy, de 2019 a 2023, la historia social, rodeada de datos presenciados y recogidos de la pandemia de la Covid-19, que funcionó como detonante para abordar este tema en este texto, muestra cuánto han aumentado significativamente los índices de violencia contra las mujeres. Según datos recogidos por la serie de reportajes 'Un virus y dos guerras', un proyecto desarrollado de forma colaborativa entre medios independientes, el estado de Mato Grosso do Sul, por ejemplo, tiene la tercera tasa más alta de feminicidios del país. en el período comprendido entre marzo y agosto de 2020. La serie mencionada tuvo como objetivo monitorear casos de feminicidio y violencia doméstica, durante el período de pandemia en Brasil, en 2020, destacando el debate sobre la creación o mantenimiento de políticas públicas para prevenir la violencia de género en Brasil. En este tono, se asume que desde la antigüedad las mujeres han sido víctimas de maltrato y violencia, ya sea psicológica, física o moral. Así, tenemos como hipótesis de trabajo que la violencia es parte constitutiva del sujeto mujer, implicando desarrollos y haciendo que las mujeres asuman un rol subordinado, tal como la propia sociedad les impone. Por lo tanto, problematizamos: ¿cuáles son los efectos de sentido de los discursos patriarcales/misóginos, especialmente en relación a la constitución identitaria del sujeto femenino? ¿Son las mujeres, de hecho, silenciadas? El análisis se realiza a través del aporte teórico-metodológico del filósofo Foucault (1987; 2013), para las nociones de discurso, formación discursiva, saber-poder; del analista del discurso francés Orlandi (2003), fundamental para cuestiones relacionadas con las condiciones de producción; desde la Lingüística Aplicada deconstructiva, representada por Coracini (2007, 2015), hasta las nociones de sujeto e identidad, en interfaz con Lacan (1998), sobre el sujeto psicoanalítico. También recurrimos a Butler (2015), Ribeiro (2017), Saffiotti (1987; 1995; 2004), Spivak (2010) y Faludi (2001), sobre cuestiones de género, silenciamiento, patriarcado y violencia de género, dentro de las cuales esta última autora aporta el concepto de retroceso. El objetivo principal es discutir cuestiones que constituyen la identidad del sujeto mujer que ha estado en situación de violencia. Los objetivos específicos son: 1) Discutir las principales regularidades como discursos, relaciones saber-poder y resistencias que constituyen la identidad del sujeto femenino; y, 2) Analizar las prácticas discursivas que cruzan las nociones de miedo y silenciamiento. Así, la mirada de esta disertación recae sobre la constitución identitaria del sujeto mujer en situación de violencia, constituida a partir de cinco videos testimoniales disponibles en la plataforma de dominio público Youtube, tres de ellos grabados en 2013, uno en 2017 y otro en 2019, pero prácticamente todos publicados en 2020 en la citada web. La investigación se organizó en tres capítulos, que problematizan: condiciones de producción, cuestiones teórico-metodológicas y análisis. A través del análisis, fue posible percibir que los sujetos femeninos en situación de violencia están en esas situaciones porque fueron sometidas a tal, desde el discurso patriarcal, vigente en la sociedad hasta la actualidad. Así, discutir el tema de la violencia de género y el efecto backlash es fundamental para reconocer las tradiciones políticas, socioculturales y jurídicas que permean la sociedad, en un intento de escuchar activamente lo que tienen estas mujeres en situación de violencia, es decir, sobre todo, las mujeres. en una condición de subalternidad. Palabras clave: Identidad, Discurso patriarcal, Violencia contra la mujer.
Palavras-chave: Não Consta
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/8461
Data do documento: 2022
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Letras (Campus de Três Lagoas)

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
Versão final - Dissertação Maressa.pdf1,16 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.