Eletrodeposição de ftalocianina de cobre em superfície de ouro policristalino: estudo da morfologia da superfície à diferentes parâmetros.

Abstract

Neurotransmissores são responsáveis por grande parte da comunicação entre células nervosas (neurônios) e suas interações com o corpo. A concentração e metabolismo dos neurotransmissores, tal como a sensibilidade dos neurônios a eles, são fatores importantes para o bom funcionamento do sistema nervoso. A quantificação de neurotransmissores como dopamina e norepinefrina no organismo, tanto no sangue quanto em outros fluidos corporais, pode avançar o conhecimento sobre a evolução de doenças neurológicas como Alzheimer, Parkinson, depressão e ansiedade, possibilitando diagnósticos precoces e facilitando a busca por tratamentos apropriados. A dopamina, assim como outros neurotransmissores, pode ser quantificada a partir da sua oxidação com o uso de técnicas eletroquímicas, porém com o uso de eletrodos comuns não modificados (metais puros, grafite etc.) a quantificação se torna impossível em material biológico. Substâncias como ácido ascórbico e ácido úrico, presentes em quantidades consideráveis em material biológico, interferem na detecção da dopamina, pois possuem potencial de oxidação muito próximo da mesma. A modificação de eletrodos comuns se mostrou muito útil, já que a modificação da superfície do eletrodo tem o potencial de promover seletividade a favor da dopamina e contra os seus interferentes, permitindo uma quantificação correta. A ftalocianina de cobre é uma molécula promissora para detecção de dopamina, que apresentou seletividade boa para com dopamina e modifica facilmente superfícies de ouro metálico com o uso de eletrodeposição. O objetivo deste trabalho foi estudar como a ftalocianina de cobre se deposita sobre superfícies de ouro policristalino através do uso de voltametria cíclica para realizar a deposição permite a variação de parâmetros, como a velocidade de varredura, quantidade de ciclos e concentração da solução de ftalocianina, a deposição normalmente necessita do uso de tratamento térmico no eletrodo, sendo a existência de alguma alteração na morfologia da deposição também estudada. Para a caracterização da superfície modificada foi utilizado microscópio de força atômica (MFA), com o qual foi possível estudar as estruturas microscópicas emergentes da eletrodeposição. A eletrodeposição foi realizada com soluções de hidróxido de sódio 0,1 mol L-1 como eletrólito, a concentração de ftalocianina em solução foi variada em 2 mmol L-1 e 20 mmol L-1, a velocidade de varredura variou em 50, 150 e 300 mV s-1 e o número de ciclos em 5 e 15.