Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/5458
Tipo: Tese
Título: RELAÇÕES DE GÊNERO, DESIGUALDADE RACIAL E A POLÍTICA DE COTAS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: A UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS
Autor(es): Valéria Soares de Lima
Primeiro orientador: Josiane Peres Goncalves
Resumo: Esta tese está relacionada à linha de pesquisa Processos Formativos, Práticas Educativas, Diferenças e ao Grupo de Pesquisa Estudos e Pesquisa em Desenvolvimento, Gênero e Educação que, no atual contexto, têm ampliado as discussões de temáticas voltadas às relações de gênero, políticas de cotas e educação. Nessas relações destacam-se as dinâmicas sociais e a estruturação dos papéis destinados aos sexos masculino e feminino, que, reforçados pelas principais instituições sociais – família, escola, igreja – tendem a reproduzir a estrutura social e patriarcal por meio de um discurso consensuado, nos diversos campos, entre eles, o da educação superior, ou campo acadêmico, enquanto a política de cotas aspira à reparação das desigualdades sociorraciais, especialmente para aqueles pertencentes às classes baixas. Esta investigação tem como objetivo analisar as relações de gênero e as desigualdades sociorraciais e econômicas na educação superior, verificando como a política de cotas, especialmente a do estado de Goiás (Lei no 14.832, de 12 de junho de 2004), tem sido utilizada, no âmbito da UEG, como mecanismo e instrumento de acesso e permanência dos discentes negros e não negros. O locus da pesquisa é a Universidade Estadual de Goiás (UEG) e sua política de inclusão por meio das ações afirmativas, implantadas em seu interior. A UEG, na atualidade, possui, conforme Decreto no 9.593, de 17 de janeiro de 2020, três Pró-reitorias, cinco Institutos Educacionais, organizados por área de conhecimento, oito câmpus, distribuídos em regiões estratégicas do estado e agrega, em sua estrutura, 33 (trinta e três) unidades universitárias e 62 (sessenta e dois) polos de educação a distância (Polos-EaD). Metodologicamente, esta é uma investigação qualitativa e quantitativa, do tipo estudo de caso, em que foram utilizados como instrumentos de coleta de dados a aplicação de questionário a uma amostra aleatória de 265 discentes e a realização de entrevistas com 12 mulheres pretas e pardas da UEG. O levantamento estatístico, quanto ao número de alunos negros e não negros matriculados na UEG, entre 2012 e 2021, foi analisado a partir do sistema acadêmico da instituição, para verificar o índice de acesso, permanência e os graus acadêmicos frequentados após 17 anos da implantação da política de cotas na UEG. Para a triangulação dos dados, foram utilizadas quatro temáticas: 1 – Perfil socioacadêmico e socioeconômico dos discentes da UEG; 2 – A UEG e as ações afirmativas: acesso, permanência e questões de gênero; 3 – Percepção dos discentes negros e não negros sobre as políticas de cotas na UEG; e 4 – Narrativas das discentes pretas e pardas sobre a educação superior. Como resultado, foi possível verificar que a UEG, pela sua capilaridade e pelas políticas de inclusão adotadas, é uma Instituição de Ensino Superior (IES) que consegue inserir, em sua estrutura, um número expressivo de grupos sociologicamente excluídos, especialmente mulheres pretas e pardas, embora ofereça, na maioria dos câmpus, unidades universitárias e polos-EaD, graduações que determinam o gendramento das carreiras, que, associadas ao papel social e sexual do trabalho, confirmam a posição de luta nas relações de gênero, raça/cor e classe social, no campo acadêmico. Palavras-chave: Relação de gênero; Desigualdade racial; Educação Superior; Lei de cotas; Universidade Estadual de Goiás.
Abstract: This PhD thesis is based on the Educational Process, Social practice for teaching-learning, and Social Differences research line and is comprised of the Research and Studies in Educational Process, Gender, and Education study group, which, currently, has increased discussions on themes referred to gender relations, affirmative action (racial quotas), and education. Within such relations, it can be highlighted social dynamics, and the formation of male and female gender roles, which, enhanced by major social institutions – family, religions, and education – tend to do social reproduction (social structures and systems, including patriarchy) by means of common-sense speech, in several scenarios, which, among them, appears higher education, or the academic realm, whilst affirmative actions seek compensation or correction of social and racial inequalities, specifically for those from lower social classes. This work aims at analyzing gender relations, as well as social, racial, and economic inequalities in higher education, scrutinizing how affirmative actions (racial quotas), especially those created by the state of Goiás (State Law No. 14,832, sanctioned on the 12th of July, 2004), have been used, in the State University of Goiás, as a mechanism and instrument for black and non-black undergraduate students to be admitted to the aforementioned university, and to fully have access to all its facilities, not dropping out of classes. The setting of this research is the State University of Goiás (UEG, in the Brazilian Portuguese initials) and its social inclusion policy through affirmative actions, implemented in its campuses and facilities. Nowadays, UEG has, according to Decree No. 9,593, sanctioned, on the 17th of January, 2020, three Offices of Graduate Studies, five Institutes of Higher Education, organized according to fields of knowledge, eight campuses, categorized in strategic areas throughout the state, and it clusters, in its facilities, 33 (thirty-three) Teaching Units, and 62 (sixty-two) distance learning hubs (DL hubs). Regarding the methods chosen, this is a qualitative and quantitative research, based on case study, in which it has been used, as data collection tools, researcher-administered questionnaires to a survey sampling of 256 undergraduate students, in addition to the conduction of qualitative interviews with 12 black and mixed-race women who attend UEG undergraduate courses. The statistical survey, referred to the number of black and non-black undergraduate students enrolled in UEG, between 2012 and 2021, was examined based on the university education system, to corroborate acceptance, and continuation rates, besides academic degrees earned after the 17th anniversary of the racial quotas affirmations act in UEG. In respect of data triangulation, it has been employed four themes: 1 – UEG students’ social and academic profiles; 2 – UEG and affirmation actions: acceptance, continuation, and gender issues; 3 – Black and non-black students’ impressions on racial quotas in UEG; and 4 – Black and mixed-race female undergraduate students’ journeys in higher education. The outcomes are that UEG, due to its well-established presence and social inclusion measures employed, is a Higher Education Institution (HEI) that is capable of including, in its facilities, lots of people who are socially excluded, especially black and mixed-race women, although the university provides them with, in most of its campuses, Teaching Units, and distance learning hubs, a settling of how occupations become gendered, which, combined with gender and social division of labor, validate ways of fighting gender, race/systemic, social inequalities in the academic realm. Keywords: Gender Relations; Racial Inequality; Higher Education; Affirmative Actions (Racial Quotas); State University of Goiás.
Palavras-chave: *discente deverá preencher
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/5458
Data do documento: 2022
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Educação (Campus de Campo Grande)

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
Tese Valéria Soares de Lima.pdf2,84 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.