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https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3890
Tipo: | Dissertação |
Título: | O uso de verbos cognitivos em construções parentéticas epistêmicas: uma abordagem do ponto de vista da gramaticalização |
Autor(es): | Barbosa, Letícia de Almeida |
Primeiro orientador: | Fortilli, Solange de Carvalho |
Resumo: | O presente estudo toma como objeto de pesquisa os verbos cognitivos, que expressam processos mentais mais e menos abstratos, tais como raciocínios, produção de conhecimentos, crenças, julgamentos e posicionamentos do falante diante de um conteúdo. São verbos como crer, achar, pensar, acreditar, imaginar, supor, deduzir e outros, que são, muitas vezes, encaixadores de orações, as quais tem estatuto de argumento interno. Apesar de seu estatuto típico, o de predicado, eles podem atuar como unidades textuais independentes da estrutura básica da sentença, tendo como domínio o enunciado todo ou parte dele. Por serem extraoracionais e suspenderem o tópico em desenvolvimento, para dar lugar a uma atitude do falante, podem ser chamados de parentéticos. Considerando que muitos verbos cognitivos expressam, além de atividades de raciocínio e conhecimentos, os posicionamentos do falante diante da proposição, analisam-se, nesse trabalho, as acepções de um pequeno conjunto de verbos cognitivos, para captar nuances que proporcionam um intercâmbio entre a da cognição e a modalidade epistêmica, via que fortalece a expressão de atitude e crença em alguns contextos. Ao considerar que estes verbos tendem a se aproximar do eixo modal epistêmico, assume-se, aqui, a gramaticalização no sentido mais amplo, como consideram Hopper; Traugott (1993) e Himmelmann (2004), autores que não apontam a mudança de categoria como mudança preponderante, privilegiando alterações de comportamento e expansão semântico-pragmática. Ao analisar as acepções dos verbos crer, acreditar, supor, pensar, achar, imaginar, deduzir e calcular, foi possível observar a atuação de mecanismos sintáticos e, sobretudo, semânticos na trajetória de abstratização. Nesta perspectiva, cumpre-se a identificação dos mecanismos de gramaticalização que proporcionam usos mais abstratos, sob a hipótese de que, quando parentetizado, há mais visibilidade de seu caráter subjetivo, visto que o falante lança uma afirmação e, em seguida, uma ressalva, relativizando a veracidade do conteúdo afirmado e evidenciando como se relaciona com a proposição. Na análise, tomam-se como base estudos como os de Traugott; Dasher (2001); Thompsom; Mulac (1991); Gonçalves (2003; 2004; 2007); Casseb-Galvão (2004) e Fortilli (2013). Para análise e interpretação dos resultados foram coletados dados entre os séculos XIX, XX e XXI, no corpus do português, disponível online. Assim, para além do processo de abstratização, foi possível observar o aumento da frequência de ocorrências com verbos cognitivos parentetizados no português. |
Abstract: | This study takes cognitive verbs as the object of research, which express more and less specific mental processes, such as reasoning, knowledge, beliefs, judgments and positioning of the speaker with respect to a content. They are verbs as crer, achar, pensar, acreditar, imaginar, supor, deduzir and others, which are often clause-embedding verbs, in clauses in internal argument position. Despite its typical functioning, as a predicate, they can act as independent textual units of the sentence’s basic structure, having as domain the whole enunciation or part of it. Because they are extraclausal and suspend the developing topic, to give rise to a speaker's attitude, they can be called parenthetical. Considering that, many cognitive verbs express, in addition to activities of reasoning and knowledge, the speaker’s positioning towards the proposition, the senses of a small set of cognitive verbs are analyzed in this work, in order to capture nuances that provide an exchange between the field of cognitive and the field of epistemic modality, which strengthens the expression of attitude and belief in some contexts. In considering that these verbs tend to approach the epistemic modality field, grammaticalization here is understood in the wider sense, as stated by Hopper; Traugott (1993) and Himmelmann (2004), authors who do not point the change of category as a preponderant change, favouring changes of semantic-pragmatic behavior and expansion. By analyzing the semantic senses of the verbs crer, acreditar, supor, pensar, achar, imaginar, deduzir and calcular, it was possible to observe the performance of syntactic mechanisms but, above all, semantic mechanisms in the trajectory of abstratization. From this perspective, the identification of grammaticalization mechanisms that provide more abstract uses, under the assumption that, when parentheticalized, there is more visibility of its modalizator character, due to the fact that the speaker launches a statement and then a proviso, relativising the veracity of the content stated and highlighting how it relates to the proposition. In the analysis, studies such as Traugott; Dasher (2001); Thompsom; Mulac (1991); Gonçalves (2003; 2004; 2007); Casseb-Galvão (2004) and Fortilli (2013) have been used as a basis. For analysis and interpretation of the results, data from the 19th, 20th and 21st centuries were collected from the Portuguese corpus, which is available online. Thus, in addition to the abstratization process, it was possible to observe the increase in the frequency of occurrence with parentheticalized cognitive verbs in Portuguese. |
Palavras-chave: | Verbos Cognitivos Processos Mentais Cognição Modalidade Epistêmica Gramaticalização Atitude do Falante Parentético Abstração Semântica Sintaxe Semântica Subjetividade |
País: | Brasil |
Editor: | Universidade Federal de Mato Grosso do Sul |
Sigla da Instituição: | UFMS |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3890 |
Data do documento: | 2019 |
Aparece nas coleções: | CPTL - Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGLetras) Programa de Pós-graduação em Letras (Campus de Três Lagoas) |
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