Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3664
Tipo: Dissertação
Título: FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE RACISTA NO CONTEXTO FORMATIVO: ANÁLISES CONTEXTUAIS NO CAMPO DE ESTÁGIO
Autor(es): Juliana Silva Rando
Primeiro orientador: Christian Muleka Mwewa
Resumo: Somos seres sociais, assim a pesquisa buscou compreender como os aspectos psicossociais influenciam na formação da personalidade racista em um ambiente específico: as instituições escolares, espaço de construção das identidades nas diversidades. A pesquisa teve como pressuposto teórico os estudos desenvolvidos no âmbito da Teoria Crítica (Th. W. Adorno, em especial) e os estudos relacionados ao desenvolvimento humano e as relações com o processo de aprendizagem. Essas últimas produzidas por psicólogos como aporte teórico para promover a compreensão do desenvolvimento psicossocial dos sujeitos. Desse marco teórico elencaremos categorias pertinentes ao estudo em tela que são: o cenário institucional e suas dimensões arquitetônicas; diversidades; brincadeiras; relacionamentos interpessoais e práticas pedagógicas, fechando cinco categorias de análise. Para alcançar tal objetivo, o estudo lançou mão de uma pesquisa qualitativa documental com análise. As observações relativas às instituições de Educação Infantil foram obtidas por meio das vivências dos estágios obrigatórios para a formação de pedagogas na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul- UFMS, Campus de Três Lagoas/MS nos anos de 2015 e 2016. Tais observações foram apropriadas devido à pandemia de COVID-19 que impediu a produção de um corpus mais atual, restringindo as pesquisas de campo no ano de 2020. A escolha pelas observações na Educação Infantil com crianças de quatro a seis anos (4-6 anos) se deu por entendermos que tal momento se faz como essencial para o desenvolvimento e socialização da infância, bem como, por compreendermos que nesta faixa etária as crianças têm certo domínio sobre as suas falas e conseguem expressar, em alguma medida, suas ideias. A partir dos resultados das observações elaboramos categorias de análises para melhor apreender o cotidiano escolar. A pesquisa partiu do questionamento de como o contexto da Educação Infantil participa na construção da personalidade racista? Uma vez que não nascemos racistas, mas nos tornamos. As conclusões indicam que a Educação Infantil possui sim um papel relevante na construção e dissolução da personalidade racista, uma vez que tem como público alvo crianças em processo de formação da sua personalidade. Pode-se dizer que algumas práticas observadas potencializam a formação de personalidades não-segregacionistas, porém, ficou evidente a promoção de práticas racistas e discriminatórias amparadas por um racismo velado. As análises nos possibilitaram, também, apreender a real necessidade de se instalar um ambiente educacional, no que tange a Educação Infantil, ambiente rico de rotinas permeados pela estruturação de práticas que versam acerca do cuidar e do educar de maneira indissociável, promovendo a necessidade de um cotidiano, dentro destas instituições, ancorado em práticas antidiscriminatórias, integradoras e não preconceituosas, no decorrer de atividades pedagógicas e recreativas. A necessidade de tais práticas fica mais elucidada por meio da disposição ergonômica, cartazes e cuidados que são ofertados às crianças. Foi possível observar, também, que as nomenclaturas geracionais, discursos, brincadeiras dentre outros ainda são carregadas de ideologias que reafirmam o racismo. Portanto, deve-se investir explicitamente e intencionalmente numa educação antirracista como utopia para a formação das crianças na sua infância, ficando evidente a necessidade de se romper com práticas educacionais, desde a primeira infância, ancoradas em preceitos eurocêntricos que visibilizam uma atenção diferenciada para as crianças de acordo com suas características fenotípicas. Palavras-chave: Personalidade racista. Infância. Educação Infantil.
Abstract: We are social beings, therefore, this research aimed to understand how psychosocial aspects influence the development of a racist personality in a specific environment: school institutions, space for building identities in diversities. The research study had as theoretical assumption the studies developed within the Critical Theory (Th. W. Adorno, in particular) and studies related to human development and relationships with the learning process. The latter produced by psychologists as theoretical contribution towards promoting the understanding of the individuals’ psychosocial development. From this theoretical framework, we will list categories pertinent to the study on screen that include the institutional setting and its architectonic dimensions; diversities; games; interpersonal relationships and pedagogical practices, completing five categories of analysis. To reach this goal, the study made use of documentary qualitative research with analysis. The observations regarding Child Education institutions were made through experiences in the mandatory internships for the training of pedagogues in the Universidade Federal de Mato Grosso do Sul- UFMS, Campus de Três Lagoas/MS, in the years of 2015 and 2016. These observations were appropriated due to the COVID-19 pandemics that impeded the production of a current corpus, restricting the field research in the year of 2020. The choice of observations on Child Education with children at four to six years old (4-6 years old) was made, since we understand that this is the time essential to childhood development and socialization. On top of that, we understand that at this age range children have certain mastery over their speech and are able to express, to some extent, their ideas. From the results of observations, we developed categories of analysis to learn better about the school daily life. The research left from questioning how the context of Child Education takes part in the development of the racist personality? Once we are not racist at birth, but we become. Conclusions indicate that Child Education has indeed a relevant role in the development and dissolution of the racist personality, since it has as target children in the personality development process. We can say that some practices observed powered the formation of non-segregationist personalities; however, the promotion of racist and discriminatory practices supported by covert racism became evident. The analyses enabled us to learn as well about the actual need of installing an educational environment, concerning Child Education, an environment rich in routines permeated by the structuration of practices that talk about providing care and educating indissociably, promoting the need of a everyday life, within these institutions, founded on integrative non-judgmental anti-discriminatory practices throughout pedagogical and recreational activities. The need of these practices becomes more elucidated through ergonomics, posters, and care offered to children. In addition, it was possible to observe that generational nomenclatures, speeches, games, among others, are also loaded with ideologies that reaffirm racism. Therefore, we must invest openly and intentionally in an antiracist education as utopia, for the development of children in their childhood, becoming evident the need to break with educational practices, since the early childhood, anchored in Eurocentric precepts that enable a differentiated attention towards children according to their phenotypic characteristics. Key words: Racist personality. Childhood. Child Education.
Palavras-chave: Personalidade racista. Infância. Educação Infantil
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3664
Data do documento: 2021
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Educação (Câmpus de Três Lagoas)

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