Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2165
Tipo: Dissertação
Título: Discurso e (in/ex)clusão: representações da criança indígena sul-mato-grossense em situação de violência
Título(s) alternativo(s): Discurso e (in/ex)clusão: representaciones del niño indígena sul-mato-grossense en situación de violencia
Autor(es): Favaretto, Priscila Zanardi
Primeiro orientador: Guerra, Vânia Maria Lescano
Abstract: Este trabalho tem por objetivo problematizar discursos jornalísticos, (re)produzidos no ciberespaço, sobre as crianças indígenas do estado do Mato Grosso do Sul, vítimas de violência, a partir do exame das relações de saber/poder que atravessam esses espaços, as quais constroem estereótipos e excluem o outro. Escamotear o outro, quando diferente de si, é uma prática, embora démodé, habitual desde os primórdios da humanidade; no entanto, se outrora a exclusão foi explícita, nos tempos modernos ela é sutil, é discursiva. Ao pensarmos nos sistemas socioculturais, ideológicos e históricos que produzem efeitos no desenvolvimento da identidade social, temos que fazer emergirem efeitos e incidências dos regimes de verdade sobre a subjetivação da criança indígena, mediante reflexão e desenvolvimento de novos olhares sobre a forma de conceber e tratar a infância desses sujeitos. Diante do exposto, o cerne do questionamento deste estudo consiste em perscrutar as representações da criança indígena em situação de violência, geradas a partir do discurso hegemônico que transita na materialidade do ciberespaço. Para tal, objetivamos problematizar relações de poder que perpassam as práticas discursivas, identificar formações discursivas, interdiscursos e memória discursiva; identificar efeitos de sentido produzidos nos dizeres dos enunciadores, analisando as formas pelas quais a materialidade linguística faz irromper representações estereotipadas e marcas da exclusão social. Partimos do pensamento foucaultiano de que as crianças estão inseridas no grupo composto por indivíduos privados de poder e temos como hipótese de trabalho que a criança indígena é concebida como sujeito marginalizado e vilipendiado, pois ela se encontra à margem da margem social, ora por ser criança, ora por ser gerada dentro de um grupo minoritário, moldada a partir de exclusões históricas. A pesquisa, mediada por um enfoque transdisciplinar e orientada pelo método arqueogenealógico foucaultiano (FOUCAULT, 1972, 1988, 1997, 1999, 2007), ancora-se na Análise do Discurso de linha francesa (PÊCHEUX, 1969, 1991, 1999, 2012). Para entrecruzar os dados da análise, utilizamos autores das teorias discursiva-desconstrutivista e culturalista, como Coracini (2000, 2007, 2010, 2013), Orlandi (1983, 1987, 2005, 2008), Guerra (2006, 2008, 2010, 2013), Nolasco (2009), Limberti (2009, 2012), Agaben (2010), Bauman (2005), Castells (1999), Santaella (2002), Lévy (1993, 2001), entre outros. O córpus foi constituído por seis excertos advindos de diferentes sites, publicados entre os anos de 2007 e 2013. O critério de seleção utilizado consistiu na priorização de materiais que discorressem de forma mais detalhada sobre violência contra crianças indígenas, tomando-a como um acontecimento discursivo. No primeiro capítulo, intitulado "Tecendo o fio teórico para coser a reflexão e cerzir os sentidos", trazemos o arcabouço teórico utilizado em nossa pesquisa. No capítulo seguinte – “Infância indígena vilipendiada, infância indígena violentada" –, mobilizamos as condições de produção que ancoraram a irrupção dos excertos analisados, a partir das concepções de infância e de violência, perpassadas pela compreensão do ciberespaço, no tocante à comunidade indígena sul-mato-grossense. No último capítulo – "Da infância à violência, da violência à infância: processos de contradição e exclusão" –, problematizamos a materialidade linguística, reforçada na virtualidade, sobre as crianças indígenas vítimas de violência. Encontramos representações da criança indígena pautadas em visões estereotipadas, marcadas, sobretudo, por posicionamentos contraditórios. Os excertos ora mobilizam representações da criança como um sujeito vitimizado pelos próprios responsáveis, ou pela própria comunidade indígena; ora indicam representações da criança responsável e culpada pelo fenômeno da violência que a afeta. A despeito das representações contraditórias, o que ora salta aos olhos, ora é silenciado são marcas de exclusão que a criança e a comunidade indígena carregam: inferiores, incapazes e anormais. Diante da problemática discutida, espera-se que as reflexões construídas possam fomentar outros estudos transdisciplinares sobre os processos identitários dos indígenas e sobre a sua exclusão social, cujos mecanismos podem funcionar como dispositivos para produzir um entendimento multicultural das crianças e da sociedade.
RESUMEN - Este trabajo tiene por objetivo problematizar discursos periodistas publicados, en el ciberespacio, sobre los niños indígenas del estado del Mato Grosso do Sul, víctimas de violencia, a partir del examen de las relaciones del saber/poder que atraviesan eses espacios, las cuales construyen estereotipos y excluyen el otro. Escamotear el otro, cuando diferente de sí, es una práctica, aunque démodé, habitual desde los primeros de la humanidad; obstante, se otrora la exclusión fue explícita, en los tiempos modernos ella es sutil, es discursiva. Al pensarnos en los sistemas socioculturales, ideológicos y históricos que producen efectos en el desarrollo de la identidad social, tenemos que hacer emergieren efectos e incidencias de los regímenes de verdad sobre la subjetivación del niño indígena, mediante la reflexión y desarrollo de nuevas miradas sobre la forma de concebir y tratar la niñez de estos sujetos. Delante del expuesto, el cerne del cuestionamiento de este estudio consiste en investigar las representaciones del niño indígena en situación de violencia, emergidas a partir del discurso hegemónico que transita en la materialidad del ciberespacio. Para tal, objetivamos problematizar relaciones de poder que pasan las prácticas discursivas, identificar formaciones discursivas, interdiscursos y memoria discursiva; identificar efectos de sentido producidos en los decirles de los enunciadores, analizando las formas por las cuales la materialidad linguística haz irrumpir representaciones estereotipadas y marcas de la exclusión social. Partimos del pensamiento foucaultiano de que los niños están inseridos en el grupo compuesto por individuos privados de poder y tenemos como hipótesis de trabajo que el niño indígena es concebida como sujeto marginalizado y vilipendiado, pues él se encuentra a la margen de la margen social, ora por ser niño, ora por ser emergido dentro de un grupo minoritario, moldada a partir de exclusiones históricas. La pesquisa, mediada por uno enfoque transdisciplinar y orientada por el método arqueogenealógico foucaultiano (FOUCAULT, 1972, 1988, 1997, 1999, 2007), ancorase en la Análisis do Discurso de línea francesa (PÊCHEUX, 1969, 1991, 1999, 2012). Para entrecruzar los dados de la análisis, utilizamos autores de las teorías discursiva-deconstructivista y culturalista, como Coracini (2000, 2007, 2010, 2013), Orlandi (1983, 1987, 2005, 2008), Guerra (2006, 2008, 2010, 2013), Nolasco (2009), Limberti (2009, 2012), Agaben (2010), Bauman (2005), Castells (1999), Santaella (2002), Lévy (1993, 2001), entre otros. El córpus fue constituido por seis recortes advenidos de diferentes sitios, publicados entre los años de 2007 y 2013. El criterio de selección utilizado consistió en la priorización de materiales que hablasen de forma más detallada sobre la violencia contra los niños indígenas, tomándola como un acontecimiento discursivo. En el primero capítulo, intitulado "Tecendo o fio teórico para coser a reflexão e cerzir os sentidos", traemos el referencial teórico utilizado en nuestra pesquisa. En el capítulo siguiente – “Infância indígena vilipendiada, infância indígena violentada" –, movilizamos las condiciones de producción que ancoraran la irrupción de los recortes analizados, a partir de las concepciones de niñez y de violencia, propasadas por la comprensión del ciberespacio, en el tocante a la comunidad indígena sulmatogrossense. En el último capítulo – "Da infância à violência, da violência à infância: processos de contradição e exclusão" –, problematizamos la materialidad linguística, reforzada en la virtualidad, sobre los niños indígenas víctimas de violencia. Encontramos representaciones del niño indígena pautadas en visiones estereotipadas, marcadas, sobretodo, por posicionamientos contradictorios. Los recortes ora movilizan representaciones del niño como un sujeto victimizado por los propios responsables, o por la propia comunidad indígena; ora indican representaciones de los niños responsables y culpada por el fenómeno de la violencia que a afecta. Al reverso de las representaciones contradictorias, lo que ora salta a los ojos, ora es silenciado son marcas de exclusión que el niño y la comunidad indígena cargan: inferiores, incapaces y anormales. Delante de la problemática discutida, esperase que las reflexiones construidas puedan fomentar otros estudios transdisciplinar sobre los procesos identitários de los indígenas y sobre su exclusión social, cuyos mecanismos pueden funcionar como dispositivos para producir un entendimiento multicultural de los niños y de la sociedad.
Palavras-chave: Crianças e Violência - Mato Grosso do Sul
Crianças Indígenas
Ciberespaço
Análise do Discurso
Violence and Children - Mato Grosso do Sul
Children, Indian
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/2165
Data do documento: 2014
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Letras (Campus de Três Lagoas)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Priscila Zanardi Favaretto.pdf2,58 MBAdobe PDFThumbnail
Visualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.