Os efeitos do exercício terapêutico multicomponente na força muscular periférica, respiratória e na fadiga em pacientes com esclerose múltipla

Abstract

A esclerose múltipla (EM) é uma enfermidade neurológica crônica, inflamatória e desmielinizante que compromete progressivamente a força muscular, reduz a tolerância ao esforço e deteriora a qualidade de vida. O presente estudo investigou os efeitos de um protocolo fisioterapêutico multicomponente sobre a força muscular respiratória e periférica, a percepção de fadiga e o impacto da doença em pessoas com EM. Participaram oito voluntários (n = 8) com média etária de 43,1 ± 18,9 anos. A intervenção estendeu-se por 32 semanas, com três sessões semanais compostas por Pilates solo, hidroterapia e exercícios resistidos. Os desfechos foram avaliados por meio de manovacuometria digital (PImáx e PEmáx), dinamometria de preensão palmar, teste de caminhada de dois minutos (TC2M), Modified Fatigue Impact Scale (MFIS) e Multiple Sclerosis Impact Scale (MSIS-29). As análises estatísticas incluíram ANOVA para medidas repetidas, seguida do pós-teste de Tukey, teste t de Student pareado e teste de normalidade de Shapiro-Wilk (p < 0,05). Resultados: observou-se aumento estatisticamente significativo das pressões respiratórias máximas (p = 0,017) e redução da percepção do impacto da doença (p = 0,033). A força de preensão manual e a fadiga apresentaram tendência de melhora clínica, porém sem significância estatística. Conclusão: o protocolo multicomponente mostrou-se seguro e potencialmente eficaz na reabilitação funcional de pessoas com EM, promovendo ganhos na força respiratória e na percepção subjetiva do impacto da enfermidade.