Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/9636
Tipo: Dissertação
Título: Relationships between the risk of emerging zoonotic diseases and the architecture of interactions between people, domestic animals and wildlife in the Pantanal
Autor(es): GIULIA ARMANI ARAUJO
Primeiro orientador: Fabio de Oliveira Roque
Resumo: Há um reconhecimento crescente dos riscos à saúde pública relacionados às interações humanas com animais selvagens e domésticos. Aproximadamente 70% das Doenças Zoonóticas Emergentes (DZE) e muitas pandemias recentes podem ser atribuídas ao aumento das interações entre humanos e animais. Fatores como dinâmicas sociais e papéis de gênero influenciam significativamente essas interações, afetando a epidemiologia das doenças infecciosas. A percepção dos riscos associados às DZE varia entre diferentes grupos sociais, sendo as populações socialmente vulneráveis as que enfrentam riscos aumentados devido a barreiras, como o acesso a serviços de saúde e educação. O papel das paisagens na dinâmica das doenças zoonóticas também é enfatizado. Mudanças no uso da terra causadas por atividades antropogênicas prejudicaram a biodiversidade e alteraram os padrões de interação entre humanos e animais. Estudos anteriores sugeriram que esse contexto poderia levar a um aumento na transmissão de patógenos e a uma maior frequência de interações. No entanto, as respostas nas redes de interação são vistas como dependentes do contexto, influenciadas por fatores socioeconômicos e práticas culturais. Acredita-se que esses fatores moldem as estruturas agrícolas e, subsequentemente, afetem a abundância das espécies e os riscos à saúde pública. Esta dissertação é composta por dois capítulos interconectados que investigam fatores socioeconômicos, de gênero e ambientais nas interações entre pessoas e animais no Pantanal. Um apêndice apresenta uma estrutura de avaliação de risco para doenças zoonóticas emergentes na área úmida do Pantanal, desenvolvida de forma colaborativa com pesquisadores. O primeiro capítulo examina a percepção de risco e as dinâmicas de gênero no Pantanal. Postula que, embora os homens tenham mais interações com animais (uma rede com maior riqueza de animais), eles possuem uma percepção de risco mais baixa; em contraste, as mulheres têm uma percepção de risco elevada vinculada a papéis de cuidadores. O estudo também antecipou uma correlação negativa entre percepção de risco e número de interação, esperando que comunidades ribeirinhas mostrassem mais interações devido à maior biodiversidade. Os resultados revelaram que os homens realmente interagiram mais com os animais do que as mulheres apresentando uma rede mais rica em composição, o mesmo aconteceu com as comunidades ribeirinhas em relação aos assentamentos. No entanto, os níveis de risco percebidos não variaram significativamente entre os gêneros ou grupos sociais. Observações feitas em campo ainda indicaram maior simetria no papel dos gêneros entre os moradores das comunidades ribeirinhas. O segundo capítulo investiga como os gradientes de vegetação nativa impactam as redes de interação entre humanos e animais em assentamentos agrários do pantanal. A hipótese sugeriu uma correlação positiva entre interações e a porcentagem de vegetação nativa. A análise da rede revelou que apenas uma pequena parte das interações poderia ser explicada pelo gradiente de vegetação nativa, e a rede apresentou assortatividade de grau, indicando que nós com graus semelhantes tendem a se conectar. Não houve uma relação significativa entre interações compartilhadas, vegetação nativa e distância entre propriedades. Embora as evidências não tenham apoiado fortemente a hipótese, fatores como conectividade funcional através de fragmentos de vegetação nativa foram sugeridos. O estudo enfatiza a necessidade de entender as interações entre humanos e animais no Pantanal para formulação de políticas públicas de saúde e conservação eficazes. Defende um modelo de conservação participativa que envolva as comunidades locais no processo de formulação de políticas, promovendo a coprodução de estratégias de saúde e conservação para melhorar a aceitação e a eficácia. A importância das métricas de rede na epidemiologia e conservação é destacada, juntamente com um apelo à colaboração brasileira com bancos de dados globais de zoonoses para um melhor rastreamento de surtos de doenças. Recomenda-se a integração da conservação da biodiversidade em programas de One Health, com foco em gênero, na mudança de comportamentos humanos e na conscientização sobre os benefícios da biodiversidade para mitigar os riscos de doenças zoonóticas, ao mesmo tempo em que se apoiam os esforços de conservação. Palavras-chave: One Health; Conservação; Socio-metacomunidade; Zoonoses
Abstract: There is a growing acknowledgment of the public health risks linked to human interactions with both wild and domestic animals. Approximately 70% of Emerging Zoonotic Diseases (EZDs) and many recent pandemics can be traced to human-animal interactions. Factors such as social dynamics and gender roles significantly influence these interactions, affecting the epidemiology of infectious diseases. The perception of EZD risks varies across social groups, with socially vulnerable populations experiencing heightened risks due to barriers – such as accessibility to health services and education. The role of landscapes in zoonotic disease dynamics is also emphasized. Anthropogenic land use changes disrupted biodiversity and altered human-animal interaction patterns. Prior studies suggested that this context could lead to increased pathogen transmission and heightened interaction frequencies. However, responses in interaction networks are viewed as context-dependent, influenced by socio-economic factors and cultural practices. These factors are believed to shape agricultural structures and subsequently affect species abundance and public health risks. This dissertation comprises two interconnected chapters that investigate socio-economic, gender, and environmental factors in the interactions between people and animals in the Pantanal. An appendix presents a risk assessment framework for emerging zoonotic diseases in the Pantanal wetland, developed collaboratively with researchers. The first chapter examines risk perception and gender dynamics in the Pantanal. It posits that while men have more interactions with animals, they possess lower risk perception; in contrast, women have heightened risk perception tied to caretaking roles. The study anticipated a negative correlation between risk perception and interaction frequency, expecting Riverine Communities to show more interactions due to higher biodiversity. The results revealed that men interacted more with animals than women resulting in a richer network then, and Riverine Communities exhibited greater richer than those in Settlements. Nevertheless, perceived risk levels did not vary significantly between genders or social groups. Fieldwork indicated distinct gender roles, highlighting greater gender equality in Riverine Communities compared to Settlements. The second chapter investigates how gradients of native vegetation impact human-animal interaction networks in agrarian Settlements. The hypothesis suggested a positive correlation between interactions and the amount of native vegetation (NV). Network analysis revealed that only a small portion of interactions could be explained by the NV gradient, and the network displayed degree assortativity, indicating that nodes with similar interaction levels tend to connect. There was no significant relationship between shared interactions, NV, and property distances. While the evidence did not strongly support the hypothesis, factors like functional connectivity through patches of NV were suggested. The study emphasises the need to understand human-animal interactions in the Pantanal to inform effective public health and conservation policies. It advocates for a participatory conservation model involving local communities in policymaking, promoting the co-production of health and conservation strategies to enhance acceptance and effectiveness. The significance of network metrics in epidemiology and conservation is noted, along with a call for collaboration with global zoonosis databases for better disease outbreak tracking. It recommends integrating biodiversity conservation into One Health programmes, focusing on gender, changing human behaviours, and raising awareness of biodiversity benefits to mitigate zoonotic disease risks while supporting conservation efforts. Key Words: One Health; Conservation; Socio-metacommunity; Zoonosis
Palavras-chave: 123
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/9636
Data do documento: 2024
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
Giulia_Armani_Araujo_out24.pdf3,05 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.