Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/9578
Tipo: Dissertação
Título: PESO AO NASCER EM CRIANÇAS INDÍGENAS E FATORES ASSOCIADOS: ESTUDO TRANSVERSAL EM COORTE DE NASCIMENTOS INDÍGENAS EM MATO GROSSO DO SUL
Autor(es): SUELEN ROTELA DOS REIS
Primeiro orientador: Renata Palopoli Picoli
Resumo: O peso ao nascer é um importante indicador de morbimortalidade e desfechos de saúde infantil e na vida adulta. O objetivo deste estudo foi investigar o peso ao nascer e fatores associados em crianças indígenas de coorte de nascimento indígena em Mato Grosso do Sul. Trata-se de estudo transversal a partir da linha de base de coorte de nascimentos indígenas realizado com 242 nascidos vivos em 13 unidades hospitalares de dez municípios do estado (Antônio João, Amambai, Aquidauana, Caarapó, Iguatemi, Dourados, Miranda, Sidrolândia, Tacuru e Campo Grande), no período 21 de novembro de 2021 a 24 de agosto de 2022. O peso ao nascer foi considerado desfecho e as variáveis demográficas, socioeconômicas e de saúde foram consideradas exposição. Foram coletados os dados antropométricos maternos para classificar o estado nutricional e ganho de peso gestacional, além dos dados sociodemográficos, econômicos, história reprodutiva e obstétrica da puérpera, e o peso do recém-nascido, por meio de entrevistas com as puérperas e verificação dos registros de Caderneta da Gestante e do prontuário hospitalar. Aplicou-se um modelo de regressão linear múltiplo, para determinar os fatores significativamente associados à média de peso ao nascer. A média de peso ao nascer da criança indígena foi de 3.198 g. Na análise bivariada observou-se média significativamente maior de peso ao nascer em filhos de mães no 2º tercil de posse de bens, de mães com excesso de peso pré-gestacional e de mães com ganho ponderal excessivo na gestação. As menores médias de peso ao nascer foram de crianças de mães das etnias Guarani e Kaiowá, nascidos na região Sul do estado, filhos de mães que ingeriram bebidas alcoólicas durante a gestação, e crianças nascidas de mães residentes em domicílio com ponto de coleta de água fora do domicílio. Nas análises ajustadas verificou-se que o peso ao nascer foi significativamente maior entre crianças filhas de mulheres com excesso de peso pré-gestacional. Além disso, residir na região Sul do estado e ter torneira de água para consumo fora do domicílio associaram-se estatisticamente com menor peso ao nascer de criança indígena. O peso ao nascer de crianças indígenas no Mato Grosso do Sul está associado ao estado nutricional materno e a características socioambientais. O estudo evidencia a necessidade de aprimoramento da vigilância nutricional em mulheres indígenas em idade fértil, e reafirma sua relevância para apoiar o SASI-SUS na elaboração de políticas públicas intersetoriais que garantam o acesso à água potável para redução das desigualdades étnico-raciais em saúde.
Abstract: Birth weight is an important indicator of morbidity, mortality, and health outcomes in both childhood and adulthood. This study aimed to investigate birth weight and associated factors in Indigenous children from an Indigenous birth cohort in Mato Grosso do Sul, Brazil. This is a cross-sectional study based on the baseline data of an Indigenous birth cohort conducted with 242 live births in 13 hospitals across ten municipalities in the state (Antônio João, Amambai, Aquidauana, Caarapó, Iguatemi, Dourados, Miranda, Sidrolândia, Tacuru, and Campo Grande) from November 21, 2021, to August 24, 2022. Birth weight was considered the outcome variable, while demographic, socioeconomic, and health-related variables were considered exposure variables. Maternal anthropometric data were collected to classify nutritional status and gestational weight gain, in addition to sociodemographic, economic, reproductive, and obstetric history of the mother, as well as newborn weight, through interviews with mothers and review of records from the Maternal Health Booklet and hospital records. A multiple linear regression model was applied to determine factors significantly associated with mean birth weight. The mean birth weight of Indigenous children was 3,198 g. Bivariate analysis showed a significantly higher mean birth weight in children of mothers in the second tertile of asset ownership, mothers with pregestational overweight, and mothers with excessive gestational weight gain. Lower mean birth weights were observed in children of Guarani and Kaiowá ethnicities, children born in the southern region of the state, children of mothers who consumed alcohol during pregnancy, and children of mothers living in households with water collection points outside the domicile. In adjusted analyses, birth weight was significantly higher among children of women with pregestational overweight. Additionally, residing in the southern region of the state and having a water tap outside the domicile were statistically associated with lower birth weight among Indigenous children. The birth weight of Indigenous children in Mato Grosso do Sul is associated with maternal nutritional status and socio-environmental characteristics. The study highlights the need to improve nutritional surveillance among Indigenous women of childbearing age and reaffirms its relevance in supporting the SASI-SUS (Sistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS) in the development of intersectoral public policies that ensure access to potable water to reduce ethnic-racial health inequalities.
Palavras-chave: peso ao nascer, saúde materno-infantil, saúde de populações indígenas, Estratégia Saúde da Família.
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/9578
Data do documento: 2024
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Saúde da Família

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