Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/9256
Tipo: Trabalho de Conclusão de Curso
Título: A fissura moderna: notas sobre o público, o privado e o social em Hannah Arendt
Autor(es): JADE OLIVEIRA CHAIA
Primeiro orientador: MARA ALINE DOS SANTOS RIBEIRO
Resumo: A presente proposta volta-se para o debate, cujo ponto fulcral centra-se na análise das esferas pública e privada, evidenciando a ascensão do conceito de “social” e suas repercussões para a política. Hannah Arendt, em sua obra A Condição Humana (2016), postula que a dicotomia entre o público e o privado se torna cada vez mais frágil, e ao delinear as distinções entre esses domínios, sinaliza a configuração de um terceiro, o do social. A clareza distintiva entre essas duas esferas, que era evidente ao longo da narrativa política e das estruturas estabelecidas, gradativamente se desvanece. A transmutação, ou mesmo a sobreposição, do domínio do social, para a autora, introduz nuances complexas que desafiam, sobretudo, a assimilação do termo na modernidade. Assim, com a ascensão da sociedade moderna, a definição do ser humano se amplia para incluir o ser gregário e dependente, diluindo a liberdade política original. Essa transformação resulta na politização de questões outrora restritas ao domínio privado, como a vida cotidiana e a economia, refletindo um novo paradigma de governança que se aproxima da administração doméstica. Este modelo de governo transcende a mera gestão do espaço público, incorporando aspectos da vida privada e estabelecendo uma nova configuração onde as distinções entre o público e o privado se tornam cada vez mais indistintas e permeáveis. Adicionalmente a isso, Arendt argumenta que a emergência do estado de bem-estar social reconfigura a política como uma administração da vida cotidiana, com a economia ocupando um lugar central, ao ponto da ciência econômica se transformar em uma ferramenta de controle, tratando fenômenos sociais de forma quantitativa, resultando na redução da complexidade das relações humanas a dados numéricos. Essa transição representa uma transformação fundamental na organização e governança da sociedade. A ação, caracterizada pela espontaneidade e imprevisibilidade, cede lugar a um comportamento previsível e controlado.
Abstract: The present proposal engages with the debate whose central focus lies in the analysis of the public and private spheres, elucidating the ascension of the concept of the “social” and its repercussions for politics. Hannah Arendt, in her seminal work The Human Condition (2016), asserts that the dichotomy between the public and private spheres becomes increasingly tenuous. By delineating the distinctions between these domains, she heralds the configuration of a third sphere: the social. The distinct clarity between these two realms, once evident throughout political narrative and established structures, progressively diminishes. The transmutation, or even the superimposition, of the social domain, according to Arendt, introduces complex nuances that challenge, above all, the assimilation of the term in modernity. Thus, with the advent of modern society, the definition of the human being expands to encompass the gregarious and dependent nature, thereby diluting the original concept of political freedom. This transformation results in the politicization of matters once confined to the private domain, such as everyday life and the economy, reflecting a new paradigm of governance that approximates domestic administration. This model of governance transcends the mere management of public space, incorporating aspects of private life and establishing a new configuration wherein the distinctions between the public and private become increasingly indistinct and permeable. Furthermore, Arendt contends that the emergence of the welfare state reconfigures politics as the administration of daily life, with the economy assuming a central role, to the extent that economic science evolves into an instrument of control. This quantitative approach to social phenomena results in the reduction of the complexity of human relations to numerical data. This transition represents a fundamental transformation in the organization and governance of society. Action, characterized by spontaneity and unpredictability, cedes to predictable and controlled behavior.
Palavras-chave: Hannah Arendt. Público. Privado. Social. Condição Humana.
País: 
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/9256
Data do documento: 2024
Aparece nas coleções:Filosofia - Licenciatura (FACH)

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
15715.pdf334,83 kBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.