Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/8859
Tipo: Tese
Título: POTENCIAL LARVICIDA DO FRUTO DE Caryocar brasiliense Cambess. EM Aedes aegypti, E EFEITOS TÓXICOS IN VITRO E IN VIVO
Autor(es): Raquel da Silva Vieira
Primeiro orientador: Danielle Bogo
Resumo: Com o aumento da resistência do Aedes aegypti aos inseticidas químicos convencionais e as epidemias de arboviroses, surge a necessidade de encontrar alternativas sustentáveis para controlar o vetor, especialmente em países tropicais e subtropicais. O Brasil possui uma biodiversidade vegetal no bioma Cerrado que oferece um vasto potencial de bioativos, destacando a importância de estudos para explorar essas substâncias naturais. Destaca-se o Caryocar brasiliense Cambess, um fruto nativo conhecido como pequi, rico em substâncias bioativas em sua composição química, sendo assim, o objetivo deste estudo avaliar o potencial larvicida do fruto de Caryocar brasiliense Cambess. em Aedes aegypti e efeitos tóxicos in vitro e in vivo. Os extratos da polpa e da amêndoa do pequi foram obtidos por maceração em solvente etanol, filtrados e rotaevaporados. Na análise química, as amostras foram submetidas à reação de esterificação de ácidos graxos, injetadas em cromatógrafo gasoso acoplado à Espectrometria de Massas (CG/EM) e identificados quatro ésteres graxos no extrato da polpa e cinco no extrato da amêndoa, sendo os majoritários derivados do palmítico e oleico. As amostras foram testadas em larvas de terceiro instar de Aedes aegypti da linhagem Rockefeller e obtiveram atividade larvicida em todas as concentrações testadas de 0,3 a 1,0 mg/mL, obtendo o extrato da amêndoa o melhor efeito na mortalidade, com CL50 0,58 e CL901,15 mg/mL, em relação ao da polpa CL50 0,64 e CL90 1,69 mg/mL. A análise morfológica mostrou alteração na coloração das larvas expostas ao tratamento, como perda da continuidade do tubo digestivo, perda parcial da matriz peritrófica e alteração no lóbulo anal. Nos testes in vitro, foram testadas duas linhagens de células, sendo uma de fibroblastos murino 3T3 (ATCC CRL-1658) e outra de cordão umbilical humano HUVEC (ATCC CRL-1730), obtendo parâmetro de inibição de 50% do crescimento celular em GI50. Os extratos etanólico da polpa e da amêndoa do pequi não apresentaram citotoxicidade na concentração máxima testada, GI50 >250 μg/ml, comparado a doxorrubicina que apresentou citotoxicidade em 0,25 e 0,023 μg/ml, evidenciando toxicidade 1000 vezes menor na linhagem 3T3 (ATCC CRL-1658) e 10.000 vezes menor HUVEC (ATCC CRL-1730) quando comparados ao mesmo quimioterápico. Os testes in vivo foram realizados em camundongos machos da linhagem BALB/c em quatro grupos com três animais cada, que receberam os extratos da polpa e da amêndoa diluídos em azeite de oliva nas doses 2000 mg/Kg (G1), 300 mg/Kg (G2), 50 mg/kg (G3) e 5 mg/kg (G4) e um controle (G5) que recebeu apenas azeite de oliva, todos em dose única (200 μl) via gavagem após 8h de jejum e observados pelo período de 30 minutos, 1, 2, 4, 6, 12 e 24 horas, e diariamente por 17 dias. Após a administração das doses, um screening hipocrático foi realizado para avaliação dos parâmetros de anestesia, atividade geral, força para agarrar, resposta ao toque, tremores, locomoção, frêmito vocal, irritabilidade, contorção, ptose, lacrimação, respiração, ataxia, alimentação com água e alimentação com comida e constatou-se valores normais nos parâmetros observados, sem sinais de toxicidade, e sem óbito nas diferentes concentrações testadas, obtendo DL50 estimada maior que 2000 mg/kg. Fígado e rins dos animais testados com o extrato da polpa foram coletados para os parâmetros histopatológicos, esteatose (degeneração gordurosa), necrose, infiltrado leucocitário, degeneração hialina, degeneração hidrópica e fibrose, apresentaram padrões histológicos dentro da normalidade. Portanto, os extratos etanólicos da polpa e da amêndoa do Caryocar brasiliense se mostraram ativos contra larvas do Aedes aegypti, com segurança tóxica in vitro e in vivo.
Abstract: The increasing resistance of Aedes aegypti to conventional chemical insecticides and arbovirus epidemics leads to a need to find sustainable alternatives to control the vector, especially in tropical and subtropical countries. Brazil has a plant biodiversity in the Cerrado biome that offers a vast potential of bioactives, highlighting the importance of studies to explore these natural substances. The Caryocar brasiliense Cambess stands out, a native fruit known as pequi, rich in bioactive substances in its chemical composition, so the objective of this study is to evaluate the larvicidal potential of the fruit of Caryocar brasiliense Cambess. in Aedes aegypti and toxic effects in vitro and in vivo. The extracts of pequi pulp and almond were obtained by maceration in ethanol solvent, filtered and routeevaporated. In the chemical analysis, the samples were submitted to the fatty acid esterification reaction, injected in a gas chromatograph coupled to Mass Spectrometry (GC/MS) and four fatty esters were identified in the pulp extract and five in the almond extract, the majority being palmitic and oleic derivatives. The samples were tested in third instar larvae of Aedes aegypti of the Rockefeller strain and obtained larvicidal activity at all tested concentrations of 0.3 to 1.0 mg/mL, with the almond extract having the best effect on mortality, with LC50 0.58 and LC90 1.15 mg/mL, in relation to the pulp LC50 0.64 and LC90 1.69 mg/mL. The morphological analysis showed changes in the color of the larvae exposed to the treatment, such as loss of continuity of the digestive tract, partial loss of the peritrophic matrix and alteration in the anal lobe. In the in vitro tests, two cell lines were tested, one of murine fibroblasts 3T3 (ATCC CRL-1658) and the other of human umbilical cord HUVEC (ATCC CRL-1730), obtaining a parameter of inhibition of 50% of cell growth in GI50. The ethanolic extracts of the pequi pulp and almond did not present cytotoxicity at the maximum concentration tested, GI50 >250 μg/ml, compared to doxorubicin which presented cytotoxicity at 0.25 and 0.023 μg/ml, showing toxicity 1000 times lower in the 3T3 strain (ATCC CRL-1658) and 10,000 times lower in the HUVEC strain (ATCC CRL-1730) when compared to the same chemotherapy drug. The in vivo tests were carried out in male mice of the BALB/c strain in four groups with three animals each, which received the extracts of the pulp and almond diluted in olive oil at doses 2000 mg/kg (G1), 300 mg/kg (G2), 50 mg/kg (G3) and 5 mg/kg (G4) and a control (G5) that received only olive oil. All in a single dose (200 μL) via gavage after 8 hours of fasting and observed for a period of 30 minutes, 1, 2, 4, 6, 12 and 24 hours, and daily for 17 days. After the administration of the doses, a Hippocratic screening was performed to evaluate the parameters of anesthesia, general activity, grasping force, response to touch, tremors, locomotion, vocal thrill, irritability, contortion, ptosis, lacrimation, respiration, ataxia, feeding with water and feeding with food, and normal values were found in the parameters observed, with no signs of toxicity, and no death in the different concentrations tested. obtaining an estimated LD50 greater than 2000 mg/kg. Liver and kidneys of the animals tested with the pulp extract were collected for histopathological parameters, steatosis (fatty degeneration), necrosis, leukocyte infiltrate, hyaline degeneration, hydropic degeneration and fibrosis, showed histological patterns within the normal range. Therefore, the ethanolic extracts of the pulp and almond of Caryocar brasiliense have been shown to be active against Aedes aegypti larvae, with toxic safety in vitro and in vivo.
Palavras-chave: Aedes
ácidos graxos
biodiversidade
compostos fitoquímicos
larvicidas
controle de vetores de doenças
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/8859
Data do documento: 2024
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste

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