A pedagogia do MST: para além do seu próprio movimento

Abstract

Este trabalho tem por objetivo analisar, no movimento da sociedade moderna, a proposta de educação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, elaborada para as escolas dos acampamentos e assentamentos coordenados. O período escolhido para estudo corresponde a 1984–2001. Como referência documental básica, o trabalho utiliza os documentos produzidos pelo Setor de Educação do MST, os quais representam o campo empírico da pesquisa. Além dos documentos editados pelo MST, recorremos, ainda, à produção de intelectuais da academia que têm colaborado efetivamente para a elaboração e compreensão do projeto educacional desse movimento social. O trabalho está estruturado em três capítulos. Nos dois primeiros capítulos, realizou-se a descrição da proposta de educação e a concepção educacional que norteia a ação pedagógica nas escolas dos assentamentos e acampamentos, em sua forma mais elaborada e atual. Ressaltou-se, nessa descrição, a posição dos aliados e dos opositores dessa forma educacional na sociedade. No terceiro capitulo, desenvolveu-se a análise dos percalços evidenciados no palmilhar do discurso da proposta de educação do MST, frente ao movimento histórico da sociedade moderna. Esse estudo partiu do pressuposto de que o MST é o princípio educativo da ação pedagógica dos sem terra. Nesse capítulo procurou-se, também, evidenciar os percalços do MST na formação dos intelectuais “orgânicos” para a pretendida transformação social.