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Tipo: Dissertação
Título: ABANDONO DE TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL (TARV) EM PESSOAS QUE VIVEM COM HIV/aids (PVHA) EM CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL
Autor(es): ANDRÉIA SOUZA PINTO DA SILVA
Primeiro orientador: Ana Rita Coimbra Motta de Castro
Resumo: Mesmo após 40 anos de epidemia, a infecção causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) ainda se configura como um problema global de saúde pública, apesar de ter se tornado uma condição clínica crônica controlável em virtude da eficácia da terapia antirretroviral. Entretanto, seu manejo, apresenta fragilidades no que tange ao acesso ao cuidado integral, tais como diagnóstico tardio e abandono de tratamento, sendo este último o foco deste estudo. Esta pesquisa teve por objetivo caracterizar o abandono de tratamento antirretroviral (TARV) nas pessoas que vivem com HIV/aids (PVHA) no município de Campo Grande – MS e avaliar a estratégia de reaver a vinculação destes usuários ao tratamento antirretroviral. Primeiramente, foi conduzido um estudo transversal retrospectivo que utilizou informações de bancos de dados de usuários em perda de seguimento/tratamento antirretroviral, e em seguida foi realizada uma busca ativa para reengajar PVHA nos cuidados médicos. A população estudada incluiu PVHA acima de 18 anos, não gestante e com perda de seguimento/abandono de tratamento ≥ 100 dias em dois serviços de assistência especializada em HIV/aids no período de janeiro de 2021 a abril de 2022. Um total de 852 PVHA em Loss To Follow Up (LTFU) foram incluídas. A maioria era homem, adulto jovem (média de 38 anos), em tratamento há mais de três meses antes da perda de seguimento, com contagem de células CD4+ acima de 200 células/μl, e com a última determinação de carga viral detectável há mais de 12 meses. A taxa de não-adesão/revinculação ao TARV na população estudada foi de 45,76% associada à idade maior ou igual a 46 anos, contagem de células CD4 menor que 100 células/uL, tempo de perda de seguimento ≥12 meses e mais de uma tentativa de contato de busca ativa. A última carga viral detectável e o tempo em abandono maior ou igual a três meses foram fatores associados ao reengajamento e consequente retorno ao TARV. A estratégia de rastreamento das PVHA em LTFU por telefonemas foi realizada para apenas 31,69%, contudo destes, apenas 3,39% retornaram ao tratamento. O déficit na atualização de dados, no monitoramento, na vinculação, na retenção e no preenchimento correto dos sistemas de informação relacionados às PVHA corroboram para o desfecho negativo. O desenvolvimento de estratégias de reengajamento é relativamente novo, com vários estudos em todo o mundo, mas as pesquisas ainda são limitadas no Brasil. Os resultados deste estudo demonstram a relevância das intervenções centradas no paciente e a necessidade de garantir o tratamento precoce e promover a permanência no cuidado com a consequente supressão viral, impactando nos indicadores de saúde da população, com ênfase nos gestores de saúde e partes interessadas no cuidado ao HIV.
Abstract: Even after 40 years of epidemic, the infection caused by the human immunodeficiency virus (HIV) still represents a global public health problem, despite having become a controllable chronic clinical condition due to the effectiveness of antiretroviral therapy. However, its management presents weaknesses in terms of access to comprehensive care, such as late diagnosis and treatment abandonment, the last being the focus of this study. This research aimed to characterize the abandonment of antiretroviral treatment (ART) among people living with HIV/Aids (PLHA) in the city of Campo Grande – MS and evaluate the strategy for reconnecting these users to antiretroviral treatment. First, a retrospective cross-sectional study was conducted using information from databases of users lost to follow-up/antiretroviral treatment, and then an active search was carried out to re-engage PLHA in medical care. The study population included PLHA over 18 years of age, non-pregnant and lost to follow-up/abandonment of treatment for ≥ 100 days in two specialized HIV/Aids care services from January 2021 to April 2022. A total of 852 PLHA in Loss To Follow Up (LTFU) were included. The majority were men, young adults (average of 38 years), on treatment for more than three months before loss of follow-up, with a CD4+ cell count above 200 cells/μl, and with the last determination of detectable viral load more than 12 months. The rate of non-adherence/relinking to ART in the studied population was 45.76% associated with age greater than or equal to 46 years, CD4 cell count less than 100 cells/uL, time lost to follow-up ≥12 months and more of an active search contact attempt. The last detectable viral load and the time of abandonment greater than or equal to three months were factors associated with re-engagement and consequent return to ART. The strategy of tracking PLHA in LTFU by phone calls was carried out for only 31.69%, however, of these, only 3.39% returned to treatment. The deficit in updating data, monitoring, linkage, retention and correct completion of information systems related to PLHA corroborates the negative outcome. The development of re-engagement strategies is relatively new, with several studies around the world, but research is still limited in Brazil. The results of this study demonstrate the relevance of patient-centered interventions and the need to guarantee early treatment and promote retention in care with consequent viral suppression, impacting the population's health indicators, with an emphasis on health managers and stakeholders in the HIV care.
Palavras-chave: HIV, ANTIRRETROVIRAL, ABANDONO
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Restrito
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/8433
Data do documento: 2023
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias

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