Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/8390
Tipo: Tese
Título: Nascer é correr um risco: o infortúnio do espaço e da origem
Autor(es): Tiago Osiro Linhar
Primeiro orientador: Edgar Cezar Nolasco dos Santos
Resumo: Com base na teorização da “crítica biográfica fronteiriça” e dos estudos descoloniais, o presente trabalho propõe uma discussão que toma o espaço e a origem como determinantes da existência ou da não existência, do humano ou do não humano, do modo em que foi configurado pela perspectiva eurocêntrica. Em outras palavras, a qualidade de humano foi designada apenas aos sujeitos afortunados por nascerem em lugares privilegiados pela narrativa da “história universal” e por possuírem a cor da pele ocidentalmente aceitável. Para dar conta da discussão, formulo o conceito de espaços perdidos. Assim, o texto é pontuado ao longo dos capítulos pelos vários espaços que contribuem para o desmantelamento (ou desmistificação) da narrativa temporalizada da eurocêntrica história universal. Desse modo, abro a tese remetendo ao meu próprio espaço de origem, o qual no imaginário brasileiro é também um lugar que viabiliza a entrada no Brasil de drogas vindas do Paraguai e da Bolívia. Partindo deste imaginário, formulo uma contraposição com o espaço da industrialização britânica, o qual, metaforizado a partir da imagem do “Palácio de Cristal”, arquiva em seu porão as relações passadas que a Grã Bretanha manteve com o narcotráfico, o que garantiu sua ascensão econômica e a decadência da China no cenário do comércio mundial. Não foi senão deste fenômeno que se definiu historicamente, sob as distorções da narrativa hegeliana, não só o meu, como todos os outros espaços não ocidentais como lugares sem importância, ou seja, como espaços perdidos. Fenômeno que fortaleceu a noção dualista sustentada pela história universal. De modo mais didático, o segundo capítulo é dedicado a pontuar algumas das tantas tecnologias originadas na China, o que seria um equivalente a atribuir ao país oriental uma espécie de primeira “Revolução Industrial”. Tecnologias que foram apropriadas pela Grã Bretanha e pela Europa como se fossem todas frutos da genialidade europeia. No terceiro capítulo, a fim de formular as bases do que será discutido e sustentado no restante da pesquisa, a discussão volta-se para os temas de ordem cristã. Em uma palavra, ao serem rastreados os alicerces da cristandade europeia, foi possível identificar elementos que, com base no sincretismo entre o pensamento helênico e o cristianismo hebraico, forjaram a subjetividade dualista que mais tarde seria assimilada por toda a Europa ocidental. Essa identidade, ou subjetividade, tem sua configuração no movimento de separação entre o corpo e a alma. Não foi senão deste mesmo fenômeno que originou a cristandade dualista, a qual teve sua cosmovisão (a partir do entendimento de uma substância que é corpo separada de outra que é alma) consumada em classificação racial e mais tarde no racismo implícito. Dando continuidade às críticas ao cristianismo, o quarto capítulo aborda os instrumentos de dominação colonial, ou a colonialidade do poder, que se deram por meio dos códigos linguísticos e dos códigos religiosos (cristãos). Os quais terminariam por ser articulados em forma de discursos, retóricas e, por fim, pela narrativa da história universal. Finalmente, no último capítulo, a geopolítica é abordada para remontar os recursos utilizados pela cultura de dominação ocidental, os quais vão de guerras à golpes de estados articulados por veículos midiáticos. No entanto, o foco central é a retomada econômica da China, a qual emerge como a esperança para uma reconfiguração cartográfica que enfraquece a hegemonia dominadora do ocidente.
Abstract: A partir de la teorización de la “crítica biográfica fronteriza” y de los estudios decoloniales, este trabajo propone una discusión que toma el espacio y el origen como determinantes de la existencia o inexistencia, de lo humano o no humano, de la forma en que se fue configurado por la perspectiva eurocéntrica. En otras palabras, la calidad de ser humano se asignó sólo a aquellos lo suficientemente afortunados de nacer en lugares privilegiados por la narrativa de la “historia universal” y de tener un color de piel aceptable para Occidente. Para abordar la discusión, formulo el concepto de espacios perdidos. Así, el texto está puntuado a lo largo de los capítulos por los diversos espacios que contribuyen al desmantelamiento (o desmitificación) de la narrativa temporalizada de la “historia universal” eurocéntrica. De esta manera, abro la tesis haciendo referencia a mi propio espacio de origen, que en el imaginario brasileño es también un lugar que posibilita la entrada de drogas a Brasil desde Paraguay y Bolivia. A partir de este imaginario, formulo un contraste con el espacio de industrialización británico, que, metaforizado a partir de la imagen del “Palacio de Cristal”, archiva en su sótano las relaciones pasadas que Gran Bretaña mantuvo con el narcotráfico, lo que garantizó su ascenso económico y la caída de China en el comercio mundial. Fue sólo a partir de este fenómeno que históricamente, bajo las distorsiones de la narrativa hegeliana, no sólo el mío, sino también todos los demás espacios no occidentales fueron definidos como lugares sin importancia, es decir, como espacios perdidos. Fenómeno que fortaleció la noción dualista sustentada por la “historia universal”. De manera más didáctica, el segundo capítulo está dedicado a resaltar algunas de las muchas tecnologías que se originaron en China, lo que equivaldría a atribuir una especie de primera “Revolución Industrial” al país oriental. Tecnologías de las que Gran Bretaña y Europa se apropiaron como si fueran todos frutos del genio europeo. En el tercer capítulo, con el fin de formular las bases de lo que se discutirá y sustentará en el resto de la investigación, la discusión gira hacia temas de carácter cristiano. En definitiva, rastreando los fundamentos del cristianismo europeo fue posible identificar elementos que, a partir del sincretismo entre el pensamiento helénico y el cristianismo hebreo, forjaron la subjetividad dualista que luego sería asimilada en toda Europa Occidental. Esta identidad, o subjetividad, tiene su configuración en el movimiento de separación entre el cuerpo y el alma. No fue otro que este mismo fenómeno el que dio origen al cristianismo dualista, lo cual tuvo su cosmovisión (basada en la comprensión de una sustancia que es cuerpo y otra que es alma) consumada en la clasificación racial y posteriormente en el “racismo implícito”. Continuando con la crítica al cristianismo, el cuarto capítulo aborda los instrumentos de dominación colonial, o colonialidad del poder, que tuvo lugar a través de códigos lingüísticos y códigos religiosos (cristianos). Las cuales serían articuladas en forma de discursos, retórica y, finalmente, a través de la narrativa de la “historia universal”. Finalmente, en el último capítulo, se aborda la geopolítica para reensamblar los recursos utilizados por la cultura de dominación occidental, que van desde guerras hasta golpes de Estado articulados por vehículos mediáticos. Sin embargo, el foco central es la recuperación económica de China, que surge como esperanza de una reconfiguración cartográfica que debilite la hegemonía dominante de Occidente.
Palavras-chave: Nascer é correr um risco: o infortúnio do espaço e da origem
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/8390
Data do documento: 2023
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
Texto para impressão.pdf2,05 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.