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https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/8385
Tipo: | Trabalho de Conclusão de Curso |
Título: | Impactos do desemprego na saúde mental dos homens: uma articulação entre a psicodinâmica do trabalho e a construção da masculinidade |
Autor(es): | BRUNA MARIANA DE OLIVEIRA LEMOS |
Primeiro orientador: | CAROLINI CASSIA CUNHA BEZERRA |
Resumo: | A construção da masculinidade se entrelaça ao sistema capitalista, fomentando relações de privilégios e poder. Atualmente, a sociedades estrutura-se pela influência do capital, onde o trabalho se torna fundamental para a subsistência, atravessando a existência do sujeito no meio social. Além disso, essa conexão se estende à ordem simbólica, afetando a saúde mental do trabalhador. Com isso, a falta do trabalho pode trazer implicações substanciais. Nesse contexto, a presente pesquisa visa compreender o impacto do desemprego na saúde mental dos homens, visto que representam uma parcela significativa da população desocupada. Em vista do exíguo número de estudos científicos sobre o tema, assim como são poucos os estudos que abordam os homens nas pautas de gênero, o estudo partiu da articulação entre a psicodinâmica do trabalho e as teorias de gênero, diante da necessidade de abordar as dimensões psicológicas da perda do emprego em homens. Dado que essas ramificações impactam não apenas o indivíduo, mas também aqueles em seu entorno. Trata-se de um relevante desafio nos tempos atuais. Para tal, realizou-se uma pesquisa teórica, com o intuito de produzir novas reflexões acerca dessas complexas questões. Explorou-se a importância fundamental que o trabalho desempenha na saúde mental e na construção da identidade masculina. Com isso, pôde-se constatar, à luz da psicodinâmica do trabalho, que o contexto laboral concebe importância vital na vida das pessoas, atravessando as questões socioeconômicas e conferindo a subjetividade do sujeito, sobretudo, dos homens, ao qual atribuem ao trabalho a percepção do “ser homem”. Delineados pelas expectativas de gênero engendradas no patriarcado que designam ao homem a responsabilidade de provedor familiar. Perfazendo discussões acerca dos estudos de gênero articulado a psicodinâmica do trabalho, o material lido apontou impactos adversos na saúde mental de homens que enfrentam o desemprego e não conseguem prover o sustento familiar, podendo resultar consideravelmente no sofrimento psíquico, de modo que confere simbolicamente a eminente perda da masculinidade. Esse sofrimento, muita das vezes, leva à repressão das emoções através de mecanismos de defesa, resultando na adoção de comportamentos de risco quando as expectativas não são atendidas. Como um meio de compensar a perda desta suposta masculinidade, os homens utilizam-se de atos como a violência ou o abuso de álcool, como um refúgio ou uma forma de encontrar coragem para manifestar suas emoções. À guisa de conclusão, considerando que o mundo está incessantemente sujeito a transformações, torna-se evidente a relevância do questionamento e desafio desses padrões predominantes, integrando abordagens que reconheçam a mister desconstrução do imaginário social da identidade masculina hegemônica. Faz-se necessário repensar os papéis masculinos, a fim de promover uma sociedade mais equitativa e saudável, possibilitando a expressão das emoções e a legitimação de novas formas de vivenciar as masculinidades. |
Abstract: | A construção da masculinidade se entrelaça ao sistema capitalista, fomentando relações de privilégios e poder. Atualmente, a sociedades estrutura-se pela influência do capital, onde o trabalho se torna fundamental para a subsistência, atravessando a existência do sujeito no meio social. Além disso, essa conexão se estende à ordem simbólica, afetando a saúde mental do trabalhador. Com isso, a falta do trabalho pode trazer implicações substanciais. Nesse contexto, a presente pesquisa visa compreender o impacto do desemprego na saúde mental dos homens, visto que representam uma parcela significativa da população desocupada. Em vista do exíguo número de estudos científicos sobre o tema, assim como são poucos os estudos que abordam os homens nas pautas de gênero, o estudo partiu da articulação entre a psicodinâmica do trabalho e as teorias de gênero, diante da necessidade de abordar as dimensões psicológicas da perda do emprego em homens. Dado que essas ramificações impactam não apenas o indivíduo, mas também aqueles em seu entorno. Trata-se de um relevante desafio nos tempos atuais. Para tal, realizou-se uma pesquisa teórica, com o intuito de produzir novas reflexões acerca dessas complexas questões. Explorou-se a importância fundamental que o trabalho desempenha na saúde mental e na construção da identidade masculina. Com isso, pôde-se constatar, à luz da psicodinâmica do trabalho, que o contexto laboral concebe importância vital na vida das pessoas, atravessando as questões socioeconômicas e conferindo a subjetividade do sujeito, sobretudo, dos homens, ao qual atribuem ao trabalho a percepção do “ser homem”. Delineados pelas expectativas de gênero engendradas no patriarcado que designam ao homem a responsabilidade de provedor familiar. Perfazendo discussões acerca dos estudos de gênero articulado a psicodinâmica do trabalho, o material lido apontou impactos adversos na saúde mental de homens que enfrentam o desemprego e não conseguem prover o sustento familiar, podendo resultar consideravelmente no sofrimento psíquico, de modo que confere simbolicamente a eminente perda da masculinidade. Esse sofrimento, muita das vezes, leva à repressão das emoções através de mecanismos de defesa, resultando na adoção de comportamentos de risco quando as expectativas não são atendidas. Como um meio de compensar a perda desta suposta masculinidade, os homens utilizam-se de atos como a violência ou o abuso de álcool, como um refúgio ou uma forma de encontrar coragem para manifestar suas emoções. À guisa de conclusão, considerando que o mundo está incessantemente sujeito a transformações, torna-se evidente a relevância do questionamento e desafio desses padrões predominantes, integrando abordagens que reconheçam a mister desconstrução do imaginário social da identidade masculina hegemônica. Faz-se necessário repensar os papéis masculinos, a fim de promover uma sociedade mais equitativa e saudável, possibilitando a expressão das emoções e a legitimação de novas formas de vivenciar as masculinidades. |
Palavras-chave: | Saúde mental Desemprego Masculinidade Provedor familiar. |
País: | |
Editor: | Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul |
Sigla da Instituição: | UFMS |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/8385 |
Data do documento: | 2024 |
Aparece nas coleções: | Psicologia - Bacharelado (CPAN) |
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