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Tipo: Dissertação
Título: FATORES ASSOCIADOS AO ÓBITO EM GESTANTES E PUÉRPERAS INDÍGENAS E NÃO INDÍGENAS POR SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE PELA COVID-19, NO BRASIL
Autor(es): Adryelle Katheline D'Elia de Moura
Primeiro orientador: Renata Palopoli Picoli
Resumo: A COVID-19 é uma doença causada pelo novo coronavírus e se tornou uma ameaça devastadora à saúde da população mundial, tendo a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG-Cov-2,) como sua forma mais grave. As gestantes e puérperas estão entre os grupos de risco, uma vez que as alterações fisiológicas da gestação e pós-parto aumentam o risco de infecções e as deixam susceptíveis à SRAG. Os povos indígenas também se enquadram como grupo de risco e são alvo de afecções graves, principalmente respiratórias, devido às situações de vulnerabilidade social e de saúde. Esta pesquisa teve por objetivo analisar a associação entre os determinantes sociodemográficos, comorbidades, sintomas e características de hospitalização com o desfecho de gestantes e puérperas indígenas e não indígenas hospitalizadas por SRAG pela COVID-19, no Brasil. O estudo é transversal, quantitativo e retrospectivo, com dados secundários, extraídos no Banco de Dados do Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), de gestantes e puérperas em idade reprodutiva (entre 10 a 49 anos), internadas por SRAG pela COVID-19, classificadas em raça/cor da pele indígena e não indígena (mulheres brancas, pretas, pardas e amarelas), no período da 9ª semana epidemiológica de 2020 à 35ª semana de 2022. Foram analisadas as variáveis com o desfecho, por meio do teste do qui-quadrado e intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Realizou-se regressão logística para identificar os fatores associados ao óbito em gestantes e puérperas indígenas. Em panorama geral, apresentaram fatores associados ao óbito as gestantes do 3º trimestre, de 20 a 34 anos, residentes na zona urbana/periurbana e na região Nordeste, sem comorbidades e saturação de O2 < 95%, somado a dispneia e necessitaram de internação em UTI, com uso de suporte ventilatório invasivo. Quando comparados os casos de óbitos entre as indígenas e não indígenas, pôde ser observada diferença estatística significante com mais vulnerabilidade das indígenas nas variáveis condição(gestante/puérpera), faixa etária, escolaridade, zona de residência, região de residência e comorbidades. Destaca-se que dentre as indígenas, residir em zona rural aumenta em trinta e três vezes sua chance de evoluir à óbito quando comparado às indígenas que residem em área urbana/periurbana. Residir nas regiões Norte e Centro-Oeste, aumentam em mais de dez vezes quando comparamos ao Sul/Sudeste. Conclui-se que a pandemia agudizou e aprofundou as desigualdades sociais e étnico-raciais no Brasil, se fazendo necessário esforços específicos que garantam atenção qualificada e temporalmente oportuna a essa população. Descritores: Saúde de populações indígenas; Gestantes; Período Pós-Parto; COVID-19; Estratégia Saúde da Família.
Abstract: COVID-19 is a disease caused by the new coronavirus and has become a devastating threat to the health of the world's population, with Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS-Cov- 2,) as its most serious form. Pregnant and postpartum women are among the risk groups, since the physiological changes during pregnancy and postpartum increase the risk of infections and make them susceptible to SARS. Indigenous peoples are also classified as a risk group and are the target of serious conditions, mainly respiratory, due to situations of social and health vulnerability. This research aimed to analyze the association between sociodemographic determinants, comorbidities, symptoms and characteristics of hospitalization with the outcome of indigenous and non-indigenous pregnant and puerperal women hospitalized for SARS by COVID-19, in Brazil. The study is cross-sectional, quantitative and retrospective, with secondary data, extracted from the Brazilian Obstetric Observatory Database (OOBr), of pregnant and postpartum women of reproductive age (between 10 and 49 years), hospitalized for SARS by COVID-19, classified as in indigenous and non-indigenous race/skin color (white, black, brown and yellow women), in the period from the 9th epidemiological week of 2020 to the 35th week of 2022. The variables with the outcome were analyzed using the chi- test. square and 95% confidence interval (95% CI). Logistic regression was performed to identify factors associated with death in indigenous pregnant and postpartum women. In general, the factors associated with death were presented by pregnant women in the 3rd trimester, aged 20 to 34 years, living in the urban/peri-urban area and in the Northeast region, without comorbidities and O2 saturation < 95%, in addition to dyspnea and requiring hospitalization in ICU, using invasive ventilatory support. When comparing the cases of death between indigenous and non-indigenous women, a significant statistical difference could be observed with more vulnerability among indigenous women in the variables condition (pregnant/postpartum woman), age group, education, area of residence, region of residence and comorbidities. It is noteworthy that among indigenous women, living in a rural area increases their chance of dying by thirty-three times when compared to indigenous people living in urban/peri-urban areas. Living in the North and Midwest regions, they increase by more than ten times when compared to the South/Southeast. It is concluded that the pandemic has exacerbated and deepened social and ethnic-racial inequalities in Brazil, making specific efforts necessary to guarantee qualified and timely care for this population. Descriptors: Health of indigenous populations; Pregnant women; Postpartum Period; COVID- 19; Family Health Strategy.
Palavras-chave: Saúde de populações indígenas
Gestantes
Período Pós-Parto
COVID-19
Estratégia Saúde da Família.
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/8371
Data do documento: 2023
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