BNC- Formação e as reformas curriculares neoliberais: as mudanças nos Currículos dos Cursos de Pedagogia e Licenciatura em História em Mato Grosso do Sul

Abstract

A presente pesquisa procura analisar as políticas relativas ao currículo e à formação inicial de Professores, dos cursos de licenciatura em História, no Estado de MS, tendo como objeto de estudo os Projetos Políticos Pedagógicos destes cursos. Pretende-se, portanto, discutir a elaboração dos Currículos dos Cursos História, desvelando-se as contradições entre as políticas desenvolvidas pelo Estado brasileiro a partir de 2016, e o posicionamento de fóruns e associações da área da educação, seus interesses e intencionalidades, bem como analisar as influências da BNCC sobre a formação inicial de professores, nos documentos oficiais do Estado brasileiro e nos Currículos dos Cursos de Licenciatura em História, no estado de MS. Este estudo tem abordagem qualitativa entendida por Bogdan e Biklen (2013) como a investigação que envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto com o objeto de investigação, com foco nos processos e na preocupação em retratar a percepção dos sujeitos envolvidos. Os resultados serão analisados observando-se as orientações definidas para a pesquisa qualitativa por Lüdke e André (2013). A revisão bibliográfica possibilitou observar a produção acadêmica voltada para o estudo crítico das proposições do Estado brasileiro em nível nacional para a formação de professores de História, em especial a aplicação dessas resoluções no estado de Mato Grosso do Sul e, nesse processo, notou-se uma grande lacuna nos estudos a respeito da das implicações das Diretrizes Curriculares Nacionais de 2019 para a formação de professores, em especial para a Licenciatura de História, evidenciando um campo pouco explorado pelos pesquisadores da área de Educação e do Ensino de História. No entanto, os trabalhos encontrados são uníssonos ao analisar BNC-Formação, no que toca ao fato de as diretrizes educacionais para a formação de professores de 2019 representarem um retrocesso para educação brasileira. Essas diretrizes, com forte influência do neoliberalismo, enfatizam questões práticas e metodológicas, buscando o perfil de um professor autônomo, resiliente e flexível. Além disso, apresenta uma visão pragmática e tecnocrata de educação culminando na precarização das licenciaturas e da docência, pois o saber técnico, voltado essencialmente para o mundo do trabalho, tem mais valor que o pensamento, a reflexão e a formação humana para uma vida em sociedade.