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Tipo: Tese
Título: Ecologia evolutiva de uma metacomunidade de morcegos na Serra da Bodoquena - Brasil
Autor(es): Adriana Carolina Acero Murcia
Primeiro orientador: Diogo Borges Provete
Resumo: A perda da cobertura nativa e alterações nas paisagens naturais cresceram rapidamente nas últimas décadas, principalmente por causas antrópicas como a expansão urbana, a agricultura e a pecuária. O Cerrado brasileiro não é exceção, dado que é a área com maior produção de soja, milho e carne. Apesar de ser a savana com maior biodiversidade no mundo é um dos biomas mais ameaçados porque só o 6,5% da vegetação nativa está em áreas de preservação. As relações morfologia-ambiente podem determinar a distribuição das espécies nas comunidades, e o uso da terra é um fator que pode alterar essa relação, funções do ecossistema, e contribuir para a perda de espécies. Porém pouco se sabe sobre como mudanças da paisagem afetam o espaço de formas em comunidades e se a distribuição de formas pode ser útil na predição de respostas dos organismos a distúrbios. Dada a grande diversidade de formas para a exploração de ambientes e recursos, morcegos são um modelo ideal para perguntar sobre processos evolutivos e ecológicos que influenciam a montagem de metacomunidades. Os objetivos desta tese foram 1). Avaliar como o tamanho, a guilda trófica, e a estratégia de forrageio influenciam a forma do crânio e mandíbula numa escala regional; e 2). Avaliar como mudanças da paisagem influenciam a distribuição da forma das asas de morcegos que ocorrem na metacomunidade. Para isso, amostramos morcegos em 20 comunidades na Serra da Bodoquena, centro oeste do Brasil. Para quantificar a morfologia (crânio, mandíbula, asa) de 32 espécies de morcegos, obtivemos fotografias em 2D em campo e coleções científicas. Para determinar fatores ecológicos e comportamentais, revisamos a literatura e classificamos as espécies em cinco guildas tróficas, e em três estratégias de forrageio. Para quantificar a composição e estrutura da paisagem de cada comunidade, usamos buffers de 1 Km, 3 Km e 5 Km, e extraímos métricas da paisagem como borda, cobertura florestal, savana, fragmentos e agricultura. No capítulo 1, mostramos que as espécies mais aparentadas filogeneticamente foram agrupadas no morfoespaço; a alometria do crânio seguiu uma trajetória comum, provavelmente relacionada aos sentidos olfativo-visuais, e não à guilda trófica e ao comportamento de forrageio. No entanto, a forma da mandíbula seguiu trajetórias únicas, sugerindo pressões diferenciais relacionadas à guilda trófica e ao comportamento de forrageio. No capítulo 2, encontramos um efeito positivo em diferentes escalas espaciais em relação à redundância funcional com a cobertura florestal, o número de fragmentos, a porcentagem de savana e agricultura, e menor efeito na dispersão funcional numa escala mais fina. O que pode sugerir uma homogeneização funcional direcionada pelo uso do solo.
Abstract: The loss of native cover and changes in natural landscapes have rapidly grown in recent decades, mainly due to anthropic causes, such as urban expansion, agriculture, and livestock. The Brazilian Cerrado is no exception as a region with the highest production of soybean, corn, and meat. Despite being the savannah with greatest biodiversity in the world, it is one of the most threatened biomes, because only 6.5% of its native vegetation is within Protected Areas. Morphology-Environment relationships can determine species distributions in communities, but land use change can potentially modify this relationship, altering ecosystem functions and contributing to species loss. However, little is known about how landscape changes affect the morphospace in vertebrate communities and if an organism shape can help predicting their responses to disturbances. Given the great diversity of shapes related to the exploration of environments and resources, bats are an ideal group to investigate the evolutionary and ecological processes that may influence metacommunity assembly. The main goals of this Dissertation were 1) to test how size, trophic guild, and foraging strategy influenced the skull and jaw shape at a regional scale; and 2) to test how landscape composition and structure bat influence the distribution of bat wing shape at the metacommunity scale. We sampled bats and environmental variables in 20 local communities in the Serra da Bodoquena, Midwest Brazil. To quantify skull, jaw, and wing shape of 32 bat species, we obtained 2D images in the field and from museum specimens. To determine ecological and behavioral factors, we reviewed the literature and classified species into five trophic guilds and three foraging strategies. To quantify landscape structure and composition of each community, we used 1 km, 3 km, and 5 km buffers and calculated forest edge, percentage of forest cover, savannah, fragments, and agriculture. In chapter 1, we showed that closely related species were clustered in the phylomorphospace; skull allometry followed a common trajectory, and not to trophic guild and foraging behavior, probably related to olfactory-visual senses. However, jaw shape followed unique trajectories, suggesting differential pressures related to trophic guild and foraging behavior. In chapter 2, we found a positive effect at different spatial scales in relation to functional redundancy with forest cover, number of patches, percentage of savannah and agriculture, and a smaller effect on functional dispersion at a finer scale. This may suggest a functional homogenization driven by land use.
Palavras-chave: 123
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Restrito
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/6265
Data do documento: 2023
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Ecologia e Conservação

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