Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/6006
Tipo: Tese
Título: SÍFILIS MATERNA E CONGÊNITA NO BRASIL: ANÁLISE DOS PADRÕES ESPACIAIS, TEMPORAIS E ESPAÇO-TEMPORAIS
Autor(es): Chaiane Emilia Dalazen Botton
Primeiro orientador: Albert Schiaveto de Souza
Resumo: A sífilis em gestantes (SG) é um problema de saúde pública, considerando os riscos de transmissão vertical de sífilis congênita (SC) e de desfechos desfavoráveis da gestação como prematuridade, morte fetal e neonatal. Esse estudo teve como objetivo analisar a dinâmica espacial, temporal e espaço-temporal da sífilis em gestantes e congênita, no Brasil, no período de 2013 a 2019. Trata-se de um estudo epidemiológico do tipo ecológico, de série temporal, descritivo dos casos notificados de SG, SC e óbitos por SC, em crianças menores de um ano no Brasil. As tendências temporais da incidência de SC, da detecção da SG e da mortalidade por SC foram examinadas por meio de regressão linear segmentada. Os índices de Moran global e local univariados e bivariados e estatística de varredura espaçotemporal foram utilizados nas análises espacial e espaço-temporal. Foram notificados, entre 2013 e 2019, 317.779 casos de sífilis em gestantes no Brasil. A região Sudeste concentrou 145.423 casos (45,8%), seguida da região Nordeste com 66.188 (20,8%). Houve uma tendência de crescimento das taxas de detecção de SG entre as gestantes com idade entre 20-29 anos (AAPC: 0,8%; IC95%: 0,4 a 1,1%), com mais de 8 anos de escolaridade (AAPC: 6,6%; IC95% 5,2 a 8,0%) e com tratamento adequado (AAPC: 15,4%; IC95%: 8,2 a 19,1%). Municípios com menores índices de Vulnerabilidade Social apresentaram taxas maiores de sífilis em gestantes (Rho= -0,096; p<0,001) e foi identificada autocorrelação espacial entre a vulnerabilidade social e as taxas de detecção de sífilis em gestantes (I= -0,10; p= 0,001) e entre a cobertura populacional estimada na APS e as taxas de SG (I= -0,092; p= 0,001). O aglomerado espaço-temporal (RR= 2,04; p<0.001) dos casos de SG incluiu 111.530 casos e envolveu as regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. Um total de 183.171 casos e 2.401 óbitos por SC foram registrados no Brasil, com maior número de casos na região Sudeste (n=82.612; 45,1%). Houve uma tendência de crescimento nas taxas de SC entre mães com idade 20-29 anos (AAPC: 1,4; IC95%: 1,0 to 1,7%) e com escolaridade <8 anos (AAPC: 6,6; IC95%: 5,3 to 7,9%). O aglomerado espaço-temporal primário envolveu 338 municípios da região Sudeste (RR=3,06; p<0,001). Foi identificada autocorrelação espacial entre vulnerabilidade social e as taxas de incidência de sífilis congênita (I= 0,054; p= 0,001) e autocorrelação espacial negativa entre a cobertura populacional estimada na APS e as taxas de incidência de sífilis congênita (I= -0,123; p= 0,001). Para a redução das tendências das taxas de sífilis é necessário desenvolver ações direcionadas aos grupos com tendências crescentes (mães com idade 20-29 anos) e regiões de maior risco (Sudeste, Norte e Nordeste). Os resultados forneceram elementos para futuras pesquisas e intervenções em saúde pública, evidenciando diferenças regionais importantes.
Abstract: Syphilis in pregnant women (PW) is a public health problem, considering the risks of vertical transmission of congenital syphilis (CS) and unfavorables pregnancy outcomes such as prematurity, fetal and neonatal death. This study aimed to analyze the spatial, temporal and spatiotemporal dynamics of syphilis in pregnant women and congenital, in Brazil, from 2013 to 2019. It is an epidemiological study of the ecological and temporal series type and also descriptive of the reported cases of GS, CS and deaths from SC in children under one year of age in Brazil. Temporal trends in CS incidence and mortality and PW detection were examined using segmented linear regression. Univariate and bivariate global and local Moran indices and spatiotemporal statistics were used in the spatial and spatiotemporal analyses. Between 2013 and 2019, 317,779 cases of syphilis in pregnant women were reported in Brazil. The Southeast region concentrated 145,423 cases (45.8%), followed by the Northeast region with 66,188 (20.8%). There was an increasing trend in the detection rates of PW among pregnant women aged 20-29 years (AAPC: 0.8%; 95%CI: 0.4 to 1.1%), with more than 8 years of schooling (AAPC: 6.6%; 95%CI 5.2 to 8.0%) and with adequate treatment (AAPC: 15.4%; 95%CI: 8.2 to 19.1%). Municipalities with higher rates of syphilis in pregnant women had lower Social Vulnerability indices (Rho= -0.096; p<0.001) and an autocorrelation was identified between social vulnerability and syphilis detection rates in pregnant women (I= -0.10; p=0.001) and between estimated population coverage in PHC and PW rates (I= -0.092; p=0.001). The spatiotemporal cluster (RR= 2.04; p<0.001) of PW cases included 111,530 cases and involved the Southeast, Midwest and South regions. A total of 183,171 cases and 2,401 deaths from CS were registered in Brazil, with the highest number of cases in the Southeast region (n=82,612; 45.1%). There was an Increasing trend in CS rates among mothers aged 20-29 years (AAPC: 1.4; 95%CI: 1.0 to 1.7%) and with <8 years of education (AAPC: 6.6; 95% CI: 5.3 to 7.9%). The primary spatiotemporal cluster involved 338 municipalities in the Southeast region (RR=3.06; p<0.001). Autocorrelation was identified between social vulnerability and congenital syphilis incidence rates (I= 0.054; p= 0.001) and autocorrelation between estimated population coverage in PHC and congenital syphilis incidence rates (I= -0.123; p) = 0.001). To reduce trends in syphilis rates, it is necessary to develop actions aimed at groups with increasing trends (mothers aged 20-29 years) and at higher risk regions (Southeast, North and Northeast). The results provided important elements for future research and public health interventions, highlighting important regional differences.
Palavras-chave: Sífilis congênita, Sífilis
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/6006
Data do documento: 2023
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste

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