Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/5077
Tipo: Dissertação
Título: INFECÇÃO POR SARS-COV-2 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM HOSPITAIS TERCIÁRIOS DE CAMPO GRANDE - MS
Autor(es): Antonio Luiz Dal Bello Gasparoto
Primeiro orientador: Sandra Maria do Valle Leone de Oliveira
Resumo: Estudar os aspectos epidemiológicos, clínicos e moleculares da infecção pelo SARS-CoV-2 e a identificação de fatores associados a infecção em profissionais de saúde podem contribuir para a compreensão da infecção entre os profissionais de saúde. Considerando a escassez de dados sobre a dinâmica da infecção pelo novo coronavírus no Brasil na época, o presente estudo objetivou 1) estimar a taxa de ataque da infecção pelo SARS-CoV-2 em profissionais de saúde de dois hospitais terciários de Campo Grande, MS; 2) analisar as características demográficas, clínicas e fatores de riscos; 3) identificar as variantes circulantes do vírus. Um estudo de coorte, observacional e prospectivo foi conduzido com 554 profissionais de saúde no período de maio de 2020 a janeiro de 2021. Durante 12 visitas, com intervalo de 15 dias, foram realizadas coletas de secreção nasal e orofaríngea e entrevista estruturada. A detecção do SARS-CoV-2 foi realizada por RT-qPCR e o sequenciamento completo do genoma viral foi realizado em amostras com o vírus detectável. A maioria dos participantes do estudo era constituído por indivíduos do sexo feminino (77,08%), brancos (57,40%), com idade entre 20 e 40 anos (64,98%), predominantemente com sobrepeso (37,90%), sem comorbidades (74,72%). A maioria relatou não fazer uso de medicamentos contínuos (68,77%), apresentar cicatriz da vacina BCG (91,69%), não tabagistas e não alcoolistas (90,43%). Predominantemente os participantes eram provenientes do hospital de referência estadual para Covid-19 (58,31%), possuíam pós-graduação (54,33%), compunham o corpo de enfermagem (61,92%), estavam alocados no Centro de Terapia Intensiva (CTI) (37,36%) e informaram ter recebido dois treinamentos para uso e remoção de EPIs (79,43%). A infecção ativa pelo SARS-CoV-2 foi confirmada em 28,51%, sendo 4,43% assintomáticos, 9,50% oligossintomáticos e 86,07% sintomáticos. As taxas de ataque mensais variaram de 0,51% a 9,52% e dois picos foram identificados em agosto e dezembro/2020, com as maiores taxas de ataque no hospital referência. Os fatores de risco associados com o diagnóstico molecular positivo, independentemente da presença ou ausência de sintomas, foram: ser do sexo masculino, trabalhar no hospital de referência para Covid-19 e possuir escolaridade de nível superior. Os sintomas associados ao diagnóstico positivo foram: apresentar tosse, mialgia, cefaleia, anosmia e febre. O uso de medicamentos ou substâncias com a intenção de prevenir ou tratar a infecção que apresentaram associação a infecção ativa foram hidroxicloroquina e zinco. A dinâmica de infecção foi similar entre os profissionais de saúde estudados e a população da cidade de Campo Grande, tanto para a primeira onda como para a segunda onda da pandemia. Entre as amostras que apresentaram positividade para o RNA do SARS-CoV-2 na técnica de RT-qPCR, 35 (22,15%) foram submetidas para o sequenciamento de genoma completo e cinco linhagens foram detectadas, B.1.1.28, P.2, B.1.1.33 e N.4. Nossos resultados sugerem que: 1) profissionais da saúde atuantes em hospital de referência para Covid-19 apresentaram maior incidência em comparação com o hospital não-referência; 2) a dinâmica da infecção na população estudada acompanhou o comportamento da infecção na população em geral na cidade de Campo Grande; 3) a infecção assintomática em 4,43% e oligossintomática em 9,50%, poderiam passar desapercebidas pela triagem de rotina de sintomáticos dos serviços de saúde ocupacional; 4) a distribuição das linhagens circulantes do SARS-CoV-2 entre os profissionais de saúde em estudo, coincidiu com as linhagens dominantes no Brasil.
Abstract: Studying the epidemiological, clinical and molecular aspects of SARS-CoV-2 infection and the identification of associated factors with infection in healthcare professionals can contribute to understanding the infection among this professionals. Considering the scarcity of data on the dynamics of infection by the new coronavirus in Brazil at the time, the present study aimed to 1) estimate the attack rate of SARS-CoV-2 infection in health professionals from two tertiary hospitals in Campo Grande, MS; 2) analyze demographic and clinical characteristics and risk factors; 3) identify circulating variants of the virus. A cohort, observational and prospective study was conducted with 554 health professionals from May 2020 to January 2021. During 12 visits, with an interval of 15 days, nasal and oropharyngeal secretion collections and a structured interview were performed. Detection of SARS-CoV-2 was performed by RT-qPCR and complete viral genome sequencing was performed on samples with the detectable virus. Most study participants were female (77.08%), white (57.40%), aged between 20 and 40 years (64.98%), predominantly overweight (37.90%), without comorbidities (74.72%). Most reported not using continuous medication (68.77%), having a scar from the BCG vaccine (91.69%), non-smokers and non-alcoholics (90.43%). Predominantly the participants were from the state referral hospital for Covid-19 (58.31%), had postgraduate degrees (54.33%), were part of the nursing staff (61.92%), were allocated in the Therapy Center Intensive Care (CTI) (37.36%) and reported having received two training sessions for the use and removal of PPE (79.43%). Active SARS-CoV-2 infection was confirmed in 28.51%, with 4.43% asymptomatic, 9.50% oligosymptomatic and 86.07% symptomatic. Monthly attack rates ranged from 0.51% to 9.52% and two peaks were identified in August and December 2020, with the highest attack rates at the referral hospital. The risk factors associated with a positive molecular diagnosis, regardless of the presence or absence of symptoms, were: being male, working at the referral hospital for Covid-19 and higher education. The symptoms associated with the positive diagnosis were: cough, myalgia, headache, anosmia and fever. The use of drugs or substances intended to prevent or treat the infection that were associated with active infection were hydroxychloroquine and zinc. The infection dynamics were similar between the health professionals studied and the population of Campo Grande city, both the first and second waves of Covid-19 . Among positive samples for SARS-CoV-2 RNA in the RT-qPCR technique, 35 (22.15%) were submitted to whole genome sequencing and five strains were detected, B.1.1.28, P .2, B.1.1.33 and N.4. Our results suggest that: 1) health professionals working in a reference hospital for Covid-19 had a higher incidence compared to the non-reference hospital; 2) the infection dynamics in the population studied followed the behavior of the infection in the general population in Campo Grande city; 3) asymptomatic infection in 4.43% and oligosymptomatic in 9.50%, could go unnoticed by the routine screening of symptomatic patients in occupational health services; 4) the distribution of circulating SARS-CoV-2 strains among the health professionals under study coincided with the dominant strains in Brazil.
Palavras-chave: Covid-19
SARS-CoV-2
profissional de saúde
infecção assintomática
epidemiologia.
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/5077
Data do documento: 2022
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Doenças Infecciosas e Parasitárias



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