Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/4750
Tipo: Dissertação
Título: O trabalho interprofissional nas equipes de Estratégia Saúde da Família nas unidades básicas de saúde da família de Campo Grande - MS
Autor(es): Oliveira, Saú Pereira Tavares de
Primeiro orientador: Batiston, Adriane Pires
Resumo: O trabalho interprofissional pode ser compreendido como uma modalidade de trabalho que se dá por meio da reflexão e tomada de decisão de forma dialógica, respeitando as a singularidade das práticas dos profissionais envolvidos. O trabalho em equipe é a modalidade de colaboração interprofissional com maior capacidade para lidar com situações mais urgentes, imprevisíveis e complexas. A organização da Atenção Primária em Saúde no Brasil traz a Estratégia Saúde da Família como a forma preferencial de organização dos serviços de saúde, tendo o trabalho em equipe como referência. Compreender melhor quais são os fatores que influenciam no trabalho em equipe da Atenção Primária em Saúde pode contribuir para melhor avaliação e funcionamento das Equipes de Saúde da Família. Esta pesquisa objetivou analisar o trabalho interprofissional de trabalhadores da Estratégia Saúde da Família no município de Campo Grande – MS. Para isso, foi realizado um estudo transversal, com aplicação de questionário estruturado, contendo quatro dimensões. A primeira se refere à caracterização geral dos entrevistados; a segunda destina-se a caracterizar o processo de trabalho; a terceira é composta pela Escala Jefferson de Atitudes Relacionadas à Colaboração Interprofissional; e a quarta consiste na Escala de Clima de Equipe. Os resultados e discussão foram organizados em forma de artigo intitulado: “A influência de fatores sociodemográficos sobre o trabalho interprofissional na atenção primária em saúde de Campo Grande – MS: um estudo transversal”. A média de idade dos profissionais participantes da pesquisa foi de 38,21 anos e de tempo de atuação na Atenção Primária em Saúde foi de 73,75 meses. O desempenho geral dos profissionais quanto às atitudes relacionadas à colaboração interprofissional foi satisfatório, com média de 112,9 e mediana de 115 pontos. Profissionais com idade inferior a 36 anos, menor tempo de atuação na Atenção Primária em Saúde (<4 anos), menos tempo de vínculo com a equipe (<2 anos) e vínculo empregatício com outras instituições obtiveram maior escore nas atitudes relacionadas à colaboração interprofissional (p<0,001). Profissionais com vínculo estatutário apresentaram menor escore nas atitudes relacionadas à colaboração interprofissional em comparação aos com outros tipos de vínculo, bem como os agentes comunitários de saúde em comparação aos demais profissionais (p<0,001). O clima de equipe nas equipes de saúde da família pode ser considerado de moderado a bom, de acordo com a Escala de Clima de Equipe, com a média geral de 169,21 e mediana de 175 pontos (6,02 e 6,43 respectivamente em uma escala simplificada de zero a 10). Houve maior participação das equipes onde os profissionais apresentavam menos de 2 anos de vínculo com a equipe (p=0,023), trabalhavam no local desejado (p=0,004) e sentiam-se realizados ou completamente realizados com o trabalho, em comparação àqueles que se referiram parcialmente ou não realizados (p<0,001). O apoio a ideias novas, clareza dos objetivos da equipe e o compromisso no desempenho das tarefas estão associados a trabalhar no local desejado (p=0,003/0,011/0,012), sentir-se realizado com o trabalho (p<0,001) e ter uma percepção positiva sobre o trabalho interprofissional (p=0,001). Creditamos estes dados à educação interprofissional, visto que profissionais mais jovens, com graduação superior e com vínculo mais recente na Atenção Primária em Saúde e nas equipes tiveram maior acesso à educação interprofissional nas matrizes da formação profissional. O clima de equipe é melhor quando os profissionais tem maior satisfação com o trabalho. A educação interprofissional deve ser considerada nas atividades de educação permanente para profissionais das equipes de saúde da família, em especial aos agentes comunitários de saúde, para buscar uma maior integração destes profissionais às equipes.
Abstract: Interprofessional work can be understood as a type of work that takes place through reflection and decision-making in a dialogic way, respecting the differences of the different professional practices involved. Teamwork is the modality of interprofessional collaboration with the greatest capacity to deal with more urgent, unpredictable and complex situations. The organization of Primary Health Care in Brazil brings the Family Health Strategy as the preferred form of organization of health services, with teamwork as standard operation. A better understanding of the factors that influence teamwork in Primary Health Care can contribute to a better assessment and functioning of Family Health Teams. This research aimed to analyze the interprofessional work of workers in the Family Health Strategy in the city of Campo Grande - MS, for this, a cross-sectional study was carried out in which a questionnaire structured in four dimensions was applied. The first refers to the general characterization of the interviewees; the second is intended to characterize the work process; the third is composed of the Jefferson Scale of Attitudes Related to Interprofessional Collaboration; and the fourth is the Team Climate Scale. The results and discussion were organized in the form of an article entitled: “The influence of sociodemographic factors on interprofessional work in primary health care in Campo Grande-MS: a cross-sectional study”. The average age of the professionals participating in the research was 38.21 years and the time of work in Primary Health Care was 73.75 months. The general performance of professionals regarding attitudes related to interprofessional collaboration was satisfactory, with a mean of 112.9 and a median of 115 points. Professionals under 36 years of age, less time working in Primary Health Care (<4 years), less time with the team (<2 years) and employment with other institutions obtained higher scores in attitudes related to interprofessional collaboration (p<0.001). Professionals with a statutory bond had a lower score in attitudes related to interprofessional collaboration compared to those with other types of bond, as well as community health agents compared to other professionals (p<0.001). The team climate in the family health teams where the participants are members can be considered from moderate to good, according to the Team Climate Scale, with an overall average of 169.21 and a median of 175 points (6.02 and 6.43 respectively on a simplified scale from zero to 10). There was a greater participation of teams where professionals had less than 2 years of bond with the team (p=0.023), worked in the desired location (p=0.004) and felt fulfilled or completely fulfilled with the work compared to those who referred partially or not performed (p<0.001). Support for new ideas, clarity of team goals and commitment to performing tasks are associated with working in the desired location (p=0.003/0.011/0.012), feeling fulfilled with the work (p<0.001) and having a positive perception of interprofessional work (p=0.001). We believe that these data reflect the directly proportional effect of interprofessional education, since younger professionals, with higher degrees and more recent links in Primary Health Care and in the teams, had greater access to interprofessional education in the curricula of professional training. The team climate is better when professionals are more satisfied with their work. Interprofessional education should be considered very relevant in continuing education activities for professionals from family health teams, especially community health agents, to seek greater integration of these professionals into the teams.
Palavras-chave: Trabalho Interprofissional
Equipe de Saúde da Família
Atenção Primária em Saúde
Colaboração Interprofissional
Equipes de Saúde da Família
Interprofessional Work
Electronic Health Records
Teamwork
Family Health Teams
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Restrito
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/4750
Data do documento: 2022
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Saúde da Família

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