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Tipo: Dissertação
Título: FATORES ASSOCIADOS AO USO DE SERVIÇOS ODONTOLÓGICOS EM ADOLESCENTES ESCOLARES NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
Autor(es): Danieli Laguna Francisco Martinelli
Primeiro orientador: Rafael Aiello Bomfim
Resumo: As doenças bucais são um grande problema de saúde pública global que afeta mais de 3,5 bilhões de pessoas. As desigualdades socioeconômicas no uso de serviços de atendimento odontológico são menos acentuadas em países com alguma cobertura de serviços públicos de saúde, o que aponta os benefícios potenciais dos sistemas odontológicos que dependem da cobertura pública. Este estudo teve o objetivo de analisar fatores associados ao uso de serviços odontológicos em adolescentes escolares de 12 anos no Estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. Trata-se de um estudo transversal, envolvendo pesquisa epidemiológica realizada no estado de Mato Grosso do Sul. Adolescentes na faixa etária de 12 anos participaram do estudo no período de março de 2018 a fevereiro de 2019. A variável de exposição principal foi a cobertura da Estratégia Saúde da Família, e as covariáveis foram: tipo de serviço usado (público/privado), motivo do uso (prevenção/tratamento), frequência de consumo de alimentos não saudáveis (>2 x por semana), status socioeconômico (escolaridade dos pais e renda), e características individuais (sexo e cor da pele autorreferida). O referencial teórico de Sisson conduziu todas as análises. Modelos de equações estruturais foram realizados para testar a associação do uso de serviços odontológicos nos últimos 3 anos. Dos 615 participantes, 4.0% utilizaram serviços odontológicos nos últimos 3 anos. Os fatores associados ao uso de serviços odontológicos por adolescentes escolares foram: a maior cobertura pela Estratégia Saúde da Família com Equipes de Saúde Bucal (>50%) foi associada ao maior uso de serviços públicos do que privados, menos consultas para prevenção do que tratamentos e maior consumo alimentar inadequado; a maior escolaridade dos pais esteve associada ao maior uso de serviços odontológicos. Ainda, autodeclarados brancos usaram mais serviços privados e para prevenção. Os resultados deste estudo demonstraram que a maior cobertura pela Estratégia Saúde da Família com equipes de saúde bucal está diretamente relacionada ao maior uso de serviços públicos, porém com menor procura de consultas para prevenção do que para tratamentos curativos, e ainda a um maior consumo alimentar inadequado. As equipes de saúde bucal devem qualificar o processo de trabalho para atendimentos preventivos, organizar serviços com programas para prevenção que cumpram os atributos da atenção primária a saúde, realizar trabalhos interdisciplinares, realizar abordagem do indivíduo na totalidade atento ao contexto socioeconômico e cultural no qual ele está inserido alcançando mudanças familiares produzindo assim mudanças não só nos adolescentes, mas nas famílias. Sugere-se à gestores, profissionais de saúde, pais e educadores intervenções nas escolas que visem melhorar a importância da alimentação saudável que inclua mais alimentos frescos e menos produtos industrializados, utilizar abordagens educativas e inovadoras e não estar engessadas as ações antigas como apenas cumprir metas exigidas como flúor semanais, escovação e palestras. Desenvolver princípios norteadores das ações como: gestão participativa, acesso universal, acolhimento: considerar o usuário com integralidade bio-psico-social, e garantia de um atendimento multiprofissional nas condutas de receber, escutar, orientar, atender e acompanhar, intersetorialidade: realizando ações de promoção de saúde efetivas incluindo escola, família, trabalho, mídia, instituições, integralidade da atenção: a equipe deve ser capaz de realizar conjuntamente ações de promoção, proteção, prevenção, tratamento, cura e reabilitação nos níveis individuais e coletivos. Palavras-chave: Uso de Serviços de Saúde Bucal; Epidemiologia; Saúde bucal; Estratégia Saúde da Família; Adolescentes.
Abstract: Oral diseases are a major global public health problem that affects more than 3.5 billion people. Socioeconomic inequalities in the use of dental care services are less pronounced in countries with some coverage of public health services, which points to the potential benefits of dental systems that depend on public coverage. This study aimed to analyze factors associated with the use of dental services in 12-year-old school adolescents in the State of Mato Grosso do Sul, Brazil. This is a cross-sectional study, involving epidemiological research conducted in the state of Mato Grosso do Sul. Adolescents aged 12 years old participated in the study from March 2018 to February 2019. The main exposure variable was the coverage of Family Health Strategy, and the covariables were: type of service used (public / private), reason for use (prevention / treatment), frequency of consumption of unhealthy foods (> twice a week), socioeconomic status (parents' education) and income), and individual characteristics (sex and self-reported skin color). The theoretical framework of Sisson conducted all analyzes. Structural equation models were performed to test the association of the use of dental services in the past 3 years. Of the 615 participants, 4.0% used dental services in the past 3 years. The factors associated with the use of dental services by school adolescents were: greater coverage by the Family Health Strategy with Oral Health Teams (> 50%) was associated with greater use of public than private services, fewer consultations for prevention than treatments and higher inadequate food consumption; the parents' higher education was associated with greater use of dental services. Still, self-declared whites used more private and prevention services. The results of this study demonstrated that the greater coverage by the Family Health Strategy with oral health teams is directly related to the greater use of public services, but with less demand for consultations for prevention than for curative treatments, and even greater food consumption. inappropriate. Oral health teams should qualify the work process for preventive care, organize services with prevention programs that fulfill the attributes of primary health care, perform interdisciplinary work, approach the individual as a whole attentive to the socioeconomic and cultural context in which it is inserted in achieving family changes, thus producing changes not only in adolescents, but in families. It is suggested to managers, health professionals, parents and educators interventions in schools that aim to improve the importance of healthy eating that includes more fresh food and less industrialized products, to use educational and innovative approaches and not to cast on old actions such as just meeting goals required as weekly fluoride, brushing and lectures. Develop guiding principles for actions such as: participative management, universal access, welcoming: considering the user with biopsycho-social integrality, and guaranteeing a multidisciplinary service in the conducts of receiving, listening, guiding, attending and accompanying, intersectoriality: performing actions of effective health promotion including school, family, work, media, institutions, comprehensive care: the team must be able to jointly carry out promotion, protection, prevention, treatment, healing and rehabilitation actions at the individual and collective levels. Keywords: Use of Oral Health Services; Epidemiology; Oral health; Family Health Strategy; Teens.
Palavras-chave: utilização de serviços odontológicos, saúde bucal, consumo alimentar não-saudável
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3681
Data do documento: 2020
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Saúde da Família

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