Estado nutricional, produtividade do milho e atributos químicos do solo em função da aplicação superficial de gesso e de calcário em sistema de semeadura direta

Abstract

As alterações nos atributos químicos do solo em função de plantas de cobertura, aplicação de calcário e de gesso podem alterar o estado nutricional, a exportação de nutrientes e a produtividade do milho. Objetivou-se avaliar o efeito da calagem e da gessagem no milho segunda safra, cultivado após a Urochloa ruziziensis e o Pennisetum glaucum e nos atributos químicos do solo após a colheita do milho. Foram conduzidos dois experimentos, sendo o primeiro com o cultivo de milho sobre os resíduos vegetais de Urochloa ruziziensis e o segundo após o Pennisetum glaucum. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, em esquema fatorial (3x4) de parcelas subdivididas, com 3 repetições. As parcelas foram constituídas por 3 quantidades de gesso agrícola, sendo: controle (sem gesso), recomendado (2,3 Mg ha-1) e o dobro (4,6 Mg ha-1), e as subparcelas por 3 doses de calcário (2; 4 e 6 Mg ha-1), além do controle (sem calcário), aplicados em superfície sem incorporação. A utilização da U. ruziziensis e do P. glaucum, assim como os níveis de gesso e as doses de calcário não modificaram o estado nutricional da cultura do milho. O gesso não aumentou a produtividade de grãos mas aumentou a exportação de nutrientes e o valor nutricional dos grãos de milho. A utilização do P. glaucum combinado com a dose de 3,5 Mg ha-1 de calcário (V2 = 73,5%) apresenta-se como opção para solos cultivados em SSD que apresentam a necessidade da aplicação de calcário. A utilização de U. ruziziensis favorece os efeitos corretivos da acidez do solo através da calagem superficial. As alterações nos atributos químicos promovidas com a utilização U. ruziziensis ou P. glaucum pouco alteram a recomendação de fertilizantes, calcário e gesso para o cultivo subsequente.

ABSTRACT - Changes in soil chemical properties due to cover crops, application of lime and gypsum may alter the nutritional status, nutrient export and productivity of maize. The objective was to evaluate the effect of lime and gypsum in the maize second crop, cultivated after Urochloa ruziziensis and Pennisetum glaucum and soil chemical properties after the maize harvest. Two experiments were conducted, the first with growing maize on plant waste Urochloa ruziziensis and the second after the Pennisetum glaucum. The experimental design was randomized blocks in a factorial scheme (3x4) split plot, with 3 repetitions. The plots consisted of three amounts of gypsum, as follows: control (without gypsum), recommended (2.3 Mg ha-1) and double (4.6 Mg ha-1), and the subplots by three lime rates (2, 4, and 6 Mg ha-1), and control (no lime), on a surface without incorporation. The use of U. ruziziensis and P. glaucum, as well as gypsum levels and lime rates did not change the nutritional status of maize. The gypsum did not increase grain yield but increased export of nutrients and the nutritional value of corn kernels. The use of P. glaucum combined with the dose of 3.5 t ha-1 of lime (V2 = 73.5%) is presented as an option for cultivated soil SSD exhibit the need for liming. The use of U. ruziziensis favors the corrective effects of soil acidity by liming. Changes in chemical attributes promoted using U. ruziziensis or P. glaucum little alter the recommendation of fertilizers, lime and gypsum for the next crop.