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Tipo: Dissertação
Título: Estratégias adaptativas de plantas anfíbias à dinâmica hídrica do Pantanal e sua relação com a resistência ao fogo
Autor(es): VINICIUS DE OLIVEIRA LEITE
Primeiro orientador: Edna Scremin Dias
Resumo: A cheia e a falta de água em períodos de seca expõem às plantas aquáticas e palustres à situações antagônicas – inundação, seca e fogo - ao longo de um ciclo sazonal do Pantanal. Importantes área sazonalmente alagável do Brasil, o Pantanal possui riqueza de espécies cuja história de vida está vinculada às oscilações de excesso e falta de d ́água. A anoxia no período de cheia podem induzir as plantas anfíbias a potencializarem o armazenamento de gases e, nos períodos de seca, as estratégias estruturais favorecem sua sustentação e o armazenamento de fotossíntatos. Sistemas subterrâneos gemíferos especializados podem compor as estratégias adaptativas daquelas plantas que podem perder suas partes aéreas e permanecem dormentes durante a seca, período em que pode haver a ocorrência de fogo nas áreas úmidas. Acreditamos que as características adaptativas das plantas anfíbias contra a seca, podem também protegê-las contra o fogo, que tem o intensificado no Pantanal. Analisamos comparativamente estruturas adaptativas de três espécies anfíbias submetidas à dois fatores antagônicos igualmente estressantes, o excesso e a falta de d ́água. Coletamos pelos menos três indivíduos das espécies Aeschynomene fluminensis, Aeschynomene cf. rudis e Discolobium pulchellum em áreas queimadas e não queimadas pós alagamento, e confeccionamos lâminas dos caules e das raízes. Nossos resultados evidenciaram que as espécies D. pulchellum, A. fluminensis e A. cf. rudis, possuem sistemas subterrâneos potencialmente gemífero, com as gemas surgindo na região de colo, raiz principal, laterais e plagiotrópicas; caules subterrâneos plagiotrópicos, também gemífero ocorrem nas três espécies. Houve pouca variação anatômica interespecífica nos caules e nas raízes, com maior variação entre as espécies dos dois gêneros estudados. O caule fistuloso das duas espécies de Aeschynomene, somado as raízes adventícias, podem suprir o déficit de gases durante o período de cheia. Neste período verificamos formação de aerênquima secundário e medula em D. pulchellum. Amido no córtex, nos parênquimas axial e radial do xilema e floema. Parênquima parasaval dos caules e das raízes, apresentaram maior concentração de amido, que pode suprir a necessidade energética para a brotação das gemas e manutenção do fluxo hídrico, nas três espécies. A presença de compostos fenólicos, fibras perivasculares e células volumosas que, aparentemente, armazenam água nos parênquimas do xilema e floema, compõem o aparato adaptativo contra a seca, o que pode favorecer também a proteção contra o fogo nestas espécies. Contudo, as partes aéreas de A. fluminensis são mais sensíveis ao fogo, provavelmente pela composição química e menor espessura da casa. As adaptações estruturais e histoquímicas ao alagamento e ao período de seca obtidos para as três espécies avaliadas de plantas anfíbias, são eficientes também para proteção contra as ações deletérias do fogo.
Abstract: Submergence during flood periods and lack of water during dry periods expose aquatic and marsh plants to two opposing situations throughout the Pantanal's seasonal cycle. A major seasonally flooded area in Brazil, the Pantanal boasts a wealth of species whose pife histories are linked to fluctuations in excess and lack of water. Anoxia during flood periods can induce amphibious plants to maximize gas storage, and during dry periods, structural strategies favor their support and photosynthetic storage. Specialized underground gem systems may be part of the adaptive strategies of those plants that may lose their aerial parts and remain dormant during drought, a period when fiares may occur in wetlands. We believe that the adaptive characteristics of amphibious plants against drought may also protect them against fire, which has intensified in the Pantanal. We comparatively analyzed the adaptive structures of three amphibious species subjected to two equally stressful antagonistic factors: excess and lack of water. We collected at least three individuals of the species Aeschynomene fluminensis, Aeschynomene cf. rudis, and Discolobium pulchellum in burned and unburned areas afér. flooding, and made slides of their stems and roots. Our result. Showed that the species D. pulchellum, A. fluminensis and A. cf. rudis have potentially gem-bearing underground systems, with buds arising in the neck, main root, lateral and plagiotropic regions; plagiotropic underground stems, also gem-bearing, occur in all three species. There vãs little interspecific anatomical variation in stems and roots, with greater variation between species of the two genera studied. The fistulous stem of both Aeschynomene species, combined with adventitious roots, can supply the gas deficit during the flood period. During this period, we observed the formation of secundará aerenchyma and pith in D. pulchellum. Starch in the cortex, axial and radial parenchyma of the xylem, and phloem, and in greater quantities in the parasaval parenchyma of stems and roots, can supply the energy requirements for bud burst and maintenance of water flow in all three species. The pressente of phenolic compounds, perivascular fibers, and water reserves in the xylem and phloem parenchyma constitute the adaptive apparatus against drought, which may also favor fire protetivo in these species. However, the aerial parts of A. fluminensis are more sensitive to fire, libele due to the chemical composition and thinner structure of the stem. The structural and histochemical adaptations to flooding and dry periods obtained for the three amphibious plant species evaluated are also efficient for protection against the deleterious actions of fog.
Palavras-chave: Adaptações ao estresse hídrico
Incêndios
áreas úmidas.
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Restrito
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/14156
Data do documento: 2025
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal

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