EFEITOS AGUDOS DO CONSUMO DE TERERÉ NA FREQUÊNCIA CARDIACA E PRESSÃO ARTERIAL DE ATLETAS

Abstract

A erva-mate (EM) (Ilex Paraguariensis) é consumida no Centro-Oeste do Brasil na forma de tereré, ou seja, com água gelada, copo e bomba de sucção. O tereré possui a cafeína que apesar de ergogênica, supostamente seria capaz de elevar a pressão arterial e frequência cardíaca causando alterações pressóricas. No entanto, não encontramos estudos que tenham avaliado tais efeitos. Esse estudo tem por objetivo avaliar o efeito agudo do tereré sobre o comportamento da pressão arterial e frequência cardíaca em atletas. Metodologia: Dezenove corredores de rua, (Homens=10, Mulheres=9; 32 ± 6,77 anos), foram distribuídos em: Tereré Experimental (TrrEX) (50g de EM, infundida em 6ml/kg de peso corporal de água a ±10ºC) e Tereré Placebo (TrrPL) (mesma quantidade de água com EM descafeinada), em um design duplo-cego e cruzado (wash-out de 7 a 14 dias). A pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e frequência cardíaca (FC) foram aferidas no baseline (M1), após 60 minutos da administração das bebidas (M2) e após 2 minutos do teste incremental máximo em esteira rolante (Inbramed® modelo TOP18) (M3). Para análise estatística utilizou-se ANOVA e o teste não paramétrico de Friedman considerando valores de p<0,05 como estatisticamente significantes. Resultados: Os valores de PAS, PAD e FC no TrrEX e TrrPL nos momentos do estudo foram respectivamente: PAS (M1: 120.5 ± 15.8 vs 120.2 ± 14.4 mmHg; M2: 123.3 ± 16.4 vs 122.6 ± 15.8 mmHg; M3: 127.9 ± 17.2 vs 133.2 ± 17.9 mmHg) sem interação ingestão das bebidas x tempo (F (2.72) = 1.059; p = 0.33), PAD (M1: 72.7 ± 11.3 vs 65.3 ± 16.2 mmHg; M2: 74.2 ± 8.9 vs 74.3 ± 10.1 mmHg; M3: 74.4 ± 9.5 vs 74.6 ± 8.3 mmHg) sem interação ingestão das bebidas x tempo (F (16.3); p = 2.0) e FC (M1: 67.2 ± 13.4 vs 62.3 ± 9.8 bpm; M2: 61.2 ± 15.3 vs 59.1 ± 10.7 bpm; M3: 103.5 ± 12.4 vs 105.5 ±13.6 bpm) sem interação ingestão das bebidas x tempo (F(2,72) = 2.908; p = 0.07). Apenas efeito isolado do tempo (p<0,001) foi encontrado para a PAS, PAD e FC, onde houve aumentos significantes da PAS e FC após o esforço físico (M1 vs M3; p<0,05) e da PAD após a ingestão das bebidas (M1 vs M2; p<0,05). Conclusão: Os resultados indicam que o consumo agudo de TrrEX não altera a PAS, PAD e FC em relação ao TrrPL. As variações encontradas na PAS, PAD, FC, encontraram-se dentro da faixa de normalidade em todos os momentos. Palavras-chave: erva-mate; Ilex Paraguariensis; frequência cardíaca; pressão arterial; corredores de rua.