Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/12664
Tipo: Tese
Título: UMA ESCOLA PELO AVESSO: EXPERIMENTAÇÕES EM UM GLOSSÁRIO DIFRATIVO
Autor(es): Lucas Ferreira Gomes
Primeiro orientador: Joao Ricardo Viola dos Santos
Resumo: Esta tese enreda agenciamentos que constituem uma escola dos anos finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, a partir de uma abordagem de pesquisa pós-qualitativa. O objetivo é produzir leituras difrativas em uma escola como fenômeno espaço-tempo-matéria em emergência. Leituras difrativas com/sobre/a partir de/de (sempre) uma escola. Em paralelo (em diagonal, transversal) — e não em hierarquia —, são operados diálogos, conversações com o Realismo Agencial em desdobramentos com produções do chamado Novo Materialismo. A investigação ocorre no Colégio Estadual Santa Maria Goretti, em Maringá (PR) e se realiza como um glossário difrativo, no qual cada verbete funciona como corte agencial que compõe e desloca potências com o que pode uma escola. Imbricada pelo Realismo Agencial de Karen Barad e por proposições do Novo Materialismo, a pesquisa assume a leitura difrativa como método, ética e política de produção de conhecimento. Uma difração convida habitar padrões de interferência e ressonância, desestabilizando dualismos entre sujeito e objeto, teoria e prática, pesquisador e campo, teoria e análise, introdução e considerações finais. A escrita se arrisca em estar com a escola, deixando-se afetar, bem como afetando, por materialidades, corpos, silêncios, afetos e contradições do cotidiano. O glossário não organiza conceitos, mas sustenta acontecimentos. As leituras não produzem resultados e sim composições que emergem nas dobras do movimento. Algumas palavras foram degustadas (ingeridas, atravessadas, faiscadas) como gestos que sustentam reverberações — luto, precariedade, exterioridade– dentro, parentes multiespécies, angústia — sem fixar significados. Outras seguem sem nome, vibrando nos corredores, nas filas, nas aulas que falham e se refazem, nos desaparecimentos e insistências que atravessam a escola. O que emerge não é uma escola única, mas múltiplas — feitas de acúmulos e perdas, normatividades e rupturas, presenças que não cabem nos protocolos. Goretti se apresenta como insistência: uma escola que intra-age com a crise e, ainda assim, segue se fazendo espaço-vidas. Trata-se de uma escola em invenção, onde aprender e desaprender acontecem juntos, onde pesquisador também é dados (implicados, afetados, transformados). Inventam-se (humanos e não-humanos) cortes que abrem perguntas. Esta tese não se encerra: reverbera, mantém-se em suspensão, vibra e escapa, seguindo como meio de conversa e abertura para o que ainda pode emergir de uma escola pelo avesso.
Abstract: This thesis entangles agencies that constitute a school in the final years of Elementary Education and in High School, through a post-qualitative research approach. The aim is to produce diffractive readings of a school as a space–time–matter phenomenon in emergence. Diffractive readings with/about/from/of (always) a school. In parallel (diagonally, transversally)—and not hierarchically—dialogues and conversations are carried out with Agential Realism, in unfoldings with productions of the so-called New Materialism. The investigation takes place at Colégio Estadual Santa Maria Goretti, in Maringá (PR), and unfolds as a diffractive glossary, in which each entry functions as an agential cut that composes and displaces the potentials of what a school can be. Entangled with Karen Barad’s Agential Realism and propositions of New Materialism, the research takes diffractive reading as method, ethics, and politics of knowledge production. Diffraction invites inhabiting patterns of interference and resonance, destabilizing dualisms between subject and object, theory and practice, researcher and field, theory and analysis, introduction and final considerations. The writing risks being with the school, allowing itself to be affected, as well as affecting, by the materialities, bodies, silences, affects, and contradictions of everyday life. The glossary does not organize concepts but sustains events. The readings do not produce results, but compositions that emerge in the folds of movement. Some words were savored (ingested, traversed, sparked) as gestures that sustain reverberations—mourning, precarity, exteriority–inside, multispecies kin, anguish—without fixing meanings. Others remain unnamed, vibrating in the hallways, in the lines, in the lessons that fail and remake themselves, in the disappearances and insistences that traverse the school. What emerges is not a single school, but multiple ones—made of accumulations and losses, normativities and ruptures, presences that do not fit into protocols. Goretti presents itself as insistence: a school that intra-acts with crisis and, still, continues to make itself space-lives. It is a school in invention, where learning and unlearning happen together, where the researcher is also data (implicated, affected, transformed). Cuts are invented (human and non-human) that open questions. This thesis does not conclude: it reverberates, remains in suspension, vibrates and escapes, continuing as a means of conversation and an opening to what may still emerge from a school inside out.
Palavras-chave: Glossário, Escola, Pós-Humanismo, Difração, Realismo Agencial, Educação Matemática.
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/12664
Data do documento: 2025
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Educação Matemática

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