Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/11604
Tipo: | Tese |
Título: | Escrevivência Fronteiriça: corpogeografias de vida |
Autor(es): | Viviani Cavalcante de Oliveira Leite |
Primeiro orientador: | Edgar Cezar Nolasco dos Santos |
Resumo: | Esta tese desenvolve uma teorização epistêmico-conceitual a partir do conceito de Escrevivência, cunhado por Conceição Evaristo, expandindo-o para uma perspectiva fronteiriça como prática epistêmica descolonial, articulando as dimensões do ser, do saber e do método na produção de conhecimento a partir das fronteiras do sistema-mundo moderno/colonial. A pesquisa estrutura-se em três eixos fundamentais que correspondem aos seus capítulos centrais. O primeiro capítulo traça uma genealogia da colonialidade do ser, estabelecendo conexões entre a perseguição histórica aos corpos dissidentes - da fogueira europeia à colonização brasileira - e propondo a escrevivência fronteiriça como prática de desobediência epistêmica por meio da inclusão das corpogeografias de vida na produção do saber acadêmico. O segundo capítulo desenvolve uma reflexão sobre as epistemologias da exterioridade, contrapondo o mundo imaginário colonial ao mundo-vida fronteiriço, e articula os conceitos de sentipensar e pensamento próprio para fundamentar a práxis do corpo epistêmico fronteiriço escrevivente. O terceiro capítulo apresenta a gramática da escrevivência fronteiriça como metodologia insurgente, fundamentada na ética do desprendimento e na articulação entre corpopolítica e geopolítica do conhecimento, culminando na continuidade do desenvolvimento da teorização das corpogeografias de vida, o sexto sentido, como expressão desta prática metodológica. A pesquisa parte de uma epistemologia de cunho crítico biográfico fronteiriço, uma vez que pensa a partir de lócus e de corpos específicos, ancorada principalmente nas teorias descoloniais de Walter Mignolo e nas reflexões teóricas de Edgar Cézar Nolasco. A investigação sustenta que a escrevivência fronteiriça, ao emergir de corpos marcados pela diferença ontológica colonial, subverte a estratégia fundamental do projeto moderno/colonial: a exclusão epistêmica dos corpos e sua consequente desincorporação na produção de conhecimento. Como limitações da pesquisa, reconhece-se que a própria natureza do trabalho, ao propor uma metodologia emergente e situada, enfrenta o desafio de sua validação nos marcos epistêmicos tradicionais da academia. Ademais, a amplitude das experiências fronteiriças e a diversidade de contextos geopolíticos não podem ser totalmente contempladas em um único estudo, sugerindo a necessidade de futuras investigações que ampliem e aprofundem as proposições aqui apresentadas. |
Abstract: | This thesis develops an epistemic-conceptual theorization based on the concept of Escrevivência, coined by Conceição Evaristo, expanding it into a border perspective as a decolonial epistemic practice, articulating the dimensions of being, knowing, and method in knowledge production from the borders of the modern/colonial world-system. The research is structured in three fundamental axes corresponding to its central chapters. The first chapter traces a genealogy of the coloniality of being, establishing connections between the historical persecution of dissident bodies - from the European stake to Brazilian colonization - and proposing border escrevivência as a practice of epistemic disobedience through the inclusion of corpogeographies of life in the production of academic knowledge. The second chapter develops a reflection on the epistemologies of exteriority, contrasting the colonial imaginary world with the border life-world, and articulates the concepts of sentipensar and own thinking to ground the praxis of the border epistemic writing body. The third chapter presents the grammar of border escrevivência as an insurgent methodology, grounded in the ethics of delinking and in the articulation between body-politics and geopolitics of knowledge, culminating in the continued development of the theorization of corpogeographies of life, the sixth sense, as an expression of this methodological practice. The research stems from a border biographical critical epistemology, as it thinks from specific loci and bodies, anchored mainly in Walter Mignolo's decolonial theories and Edgar Cézar Nolasco's theoretical reflections. The investigation maintains that border escrevivência, emerging from bodies marked by colonial ontological difference, subverts the fundamental strategy of the modern/colonial project: the epistemic exclusion of bodies and their consequent disembodiment in knowledge production. As research limitations, it is acknowledged that the very nature of the work, in proposing an emergent and situated methodology, faces the challenge of its validation within traditional academic frameworks. Furthermore, the breadth of border experiences and the diversity of geopolitical contexts cannot be fully contemplated in a single study, suggesting the need for future investigations to expand and deepen the propositions presented here. Keywords: Border Escrevivência; Corpogeographies of life; Decoloniality; Epistemologies of exteriority; Grammar of border escrevivência. |
Palavras-chave: | Escrevivência fronteiriça Corpogeografias de vida Descolonialidade Epistemologias da exterioridade Gramática da escrevivência fronteiriça |
País: | Brasil |
Editor: | Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul |
Sigla da Instituição: | UFMS |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/11604 |
Data do documento: | 2025 |
Aparece nas coleções: | Programa de Pós-graduação em Estudos de Linguagens |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|
TESE - Viviani C. O. Leite 24.03.2025.pdf | 1,52 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.