Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/9267
Tipo: Artigo de Evento
Título: Atenção a homens e mulheres em situação de violência por parceiro íntimo (2024)
Autor(es): 
Primeiro orientador: TATIANA CARVALHO REIS MARTINS
Resumo: A atividade orientada de ensino (AOE) envolverá duas etapas: fazer um curso na plataforma UMA-SUS e elaborar um resumo no formato de Relato de experiência. A carga horária total da AOE será 35 horas.
Abstract: Introdução A violência é definida como o uso intencional da força ou poder, por ameaça ou efetivamente, contra si mesmo ou outra pessoa, podendo resultar em danos graves, físicos ou psicológicos. Nessa perspectiva, a Violência Provocada por Parceiro Íntimo (VPPI) é caracterizada por comportamentos dentro de relações íntimas que causam danos físicos, sexuais ou psicológicos, os quais acarretam frequentemente em impactos subestimados (OMS, 2012). Tal questão é globalmente reconhecida como uma problemática de saúde pública. Nesse sentido, os profissionais de saúde, principalmente aqueles que fazem parte da porta de entrada da rede de saúde: Atenção Primária à Saúde (APS), tornam-se os primeiros a identificar os sinais de violência e são os atores principais para promoverem estratégias de intervenção e prevenção eficazes. Para tanto, é necessário suporte teórico sólido para uma prática baseada em evidências, com discussão sobre normas sociais, papeis de gênero e poder, além do entendimento de que a violência ocorre historicamente mais no gênero feminino, contudo atualmente afeta proporcionalmente o público LGBTQIA+. De acordo com Kaufman (1999), existe uma hierarquia de motivos para a prática de violência, embasada no poder patriarcal, na permissão, nos privilégios e entre outros, portanto, é o que molda comportamentos e costumes por meio das relações hierarquizadas. Ademais, ao pensar que a sexualidade que destoa da heteronormatividade é encarada como tabu, mulheres ao se relacionarem com mulheres sofrem com a discriminação pela homossexualidade e pela violência sofrida (Mota et al, 2024). Desse modo, se torna necessário o conhecimento e a mitigação de crenças para uma melhor assistência para as vítimas de violência por parceiro íntimo, sendo assim, este trabalho justifica-se pela necessidade de discutir a violência de gênero com foco na abordagem multiprofissional e na integralidade do cuidado, no contexto dos profissionais de saúde. O objetivo é apresentar um relato de experiência de graduandos do último ano de enfermagem após realização de curso sobre a temática, a fim de propiciar uma reflexão e fortalecimento dos conhecimentos e habilidades dos profissionais de saúde frente à violência de gênero provocada por parceiro íntimo. Material e Métodos Trata-se de um estudo do tipo de relato de experiência de seis acadêmicas de enfermagem de uma universidade federal do estado do Mato Grosso do Sul realizado em julho de 2024. Os materiais utilizados neste estudo foram os recursos educacionais do curso “Atenção às Pessoas em Situação de Violência por Parceiro Íntimo”, oferecido pela plataforma UNASUS. Este curso possui 30 horas sendo estruturado em materiais de suporte online, incluindo textos dinâmicos, leituras recomendadas, e atividades práticas disponibilizadas através de uma plataforma virtual de aprendizado. Além disso, foram utilizados materiais complementares como livros didáticos e artigos acadêmicos relacionados ao tema do curso. A proposta do resumo expandido foi sintetizar os principais conceitos abordados ao longo do curso. Para isso, foi realizada uma revisão detalhada de cada unidade do curso, identificando os tópicos mais relevantes e suas inter-relações. Em seguida, foram selecionados os pontos essenciais de cada unidade para compor o resumo expandido. Este método não apenas sintetiza o conhecimento adquirido, mas também facilita a revisão e a compreensão aprofundada dos conceitos estudados. Resultados e Discussão De acordo com as pesquisas realizadas e investigação feitas da Atenção Primária, pode-se notar que a violência por parceiro íntimo é um fator recorrente no cotidiano das famílias brasileiras e na maioria das vezes não é exposto pelos mesmos, sendo necessário que os profissionais da Atenção Básica deem maior visibilidade para esse problema em seu meio de trabalho. Existem diferentes formas de lidar com esse tipo de violência. Primeiramente, o profissional da saúde deve estar apto em identificar os sinais e sintomas desse problema, pois esses podem se apresentar nas mais diferentes formas. O primeiro passo para essa identificação é deixar de lado suas crenças e preconceitos muitas vezes pré-estabelecidos pela sociedade, tendo em vista que a violência está diretamente ligada com as questões sociais. Além disso, é de grande valia, conhecer o “Ciclo da Violência”, abordada pela a psicóloga norte-americana Lenore Walker, que ajuda o profissional a compreender a dinâmica estabelecida nas relações, sendo suporte para uma melhor abordagem a essa população. O mesmo é composto por 3 fases, a fase 1 é caracterizada pelo aumento da tensão, e pequenos incidentes de violência de forma frequente, a fase 2, é o incidente agudo da violência, descrita pela incontrolável descarga de tensão acumulada pela primeira fase e a falta de controle, por fim a última fase, designada como apaziguamento e esperança de mudança, em que o agressor sabe que seu comportamento foi inadequado e tenta fazer as pazes, com período de calma incomum. Ademais, muitas vítimas se sentem envergonhadas, culpadas e temem pela sua segurança pessoal, dessa forma é importante expor que o serviço da Atenção Primária está aberto e preparado para o acolhimento de homens e mulheres afetados, fazendo com que esses se sintam mais seguros tanto para relatar a situação vivenciada como para enfrentar. Uma vez que há suspeitas de violência, o profissional deve iniciar seu acolhimento, através de uma escuta qualificada e sem receio de fazer perguntas diretas sobre a situação, pois na maioria das vezes a pessoa afetada está disposta a revelar a violência quando perguntada de forma direta. O ambiente para esse momento deve garantir a privacidade do indivíduo e a conversa precisa ser norteada por princípios éticos de confiança e respeito. Ao confirmar uma situação de violência, existem alguns passos a serem seguidos pelo profissional da atenção básica, sendo o principal incentivar a vítima a tomar iniciativas de busca para soluções dos problemas e mapear as redes de apoio social que possam ser acionadas, assim como apresentar os tipos de informações que pode ser fornecida às autoridades por ela. Dessa forma, criar um plano de segurança e um ambiente de empoderamento é fundamental para que a situação de violência possa ser modificada de alguma forma. Por parte do profissional, é importante também notificar os casos tanto de suspeita como confirmados, para proporcionar cada vez mais visibilidade e desenvolvimento de melhores políticas públicas voltadas às situações de violência. Portanto, tendo em vista essa situação de violência por parceiro íntimo presente na sociedade, faz-se necessário atentar se para a situação de forma holística, levando o usuário a se tornar mais próximo do ambiente que a Atenção Básica irá promover para acolher e escutar os mesmos, conforme todas as etapas expostas. Conclusão A violência por parceiro íntimo é um problema de saúde pública, e um causador de impactos profundos em indivíduos e comunidades. Durante o estudo, é notório a importância dos profissionais de saúde na identificação precoce e na intervenção em casos de violência. Especialmente na APS, que serve como a porta de entrada para a rede de cuidados de saúde, manter-se atualizado no conhecimento técnico-científico e a prática baseada em evidências são essenciais para enfrentar essa questão, considerando as complexidades envolvidas, como normas sociais e questões de gênero. A abordagem multiprofissional e a integralidade do cuidado são fundamentais para oferecer suporte eficaz às vítimas, independentemente de seu gênero ou orientação sexual. Cursos preparatórios, desenvolvimento da equipe e ações em saúde para a comunidade, são fundamentais para fortalecer as competências dos profissionais de saúde e saber orientar a comunidade sobre o que é violência e quais formas de denúncia. Portanto, este estudo reforçou a necessidade de uma formação contínua e multiprofissional dos profissionais de saúde para lidar com a violência por parceiro íntimo de forma eficaz. A promoção de uma reflexão profunda sobre o papel dos profissionais de saúde e o fortalecimento das redes de apoio são medidas indispensáveis para mitigar os impactos da violência por parceiro íntimo e promover a saúde e o bem-estar das vítimas.
Palavras-chave: Violência por Parceiro Íntimo
Violência
Atenção Primária à Saúde
País: 
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Restrito
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/9267
Data do documento: 2024
Aparece nas coleções:Enfermagem - Bacharelado (INISA)

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