EVENTOS ADVERSOS ASSOCIADOS À ADMINISTRAÇÃO DE ANTIBIÓTICOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Abstract

A antibioticoterapia é amplamente utilizada no tratamento de infecções bacterianas, porém seu uso incorreto ou inadequado está relacionado a eventos adversos que comprometem a segurança do paciente e a qualidade da assistência. A enfermagem, por assumir o preparo, a diluição, a administração e o monitoramento de medicamentos, desempenha papel crucial na prevenção desses eventos, especialmente aqueles considerados evitáveis. Diante da relevância clínica e da alta incidência de eventos adversas associadas a falhas no processo medicamentoso, este estudo buscou analisar a ocorrência de eventos adversos relacionados à antibioticoterapia, com ênfase nas ações da equipe de enfermagem como fator determinante na segurança do paciente. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, conduzida nas bases PubMed, Cochrane Library e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando descritores controlados e termos combinados com operadores booleanos. Foram incluídos estudos publicados entre 2015 e 2025, envolvendo pacientes adultos e pediátricos em uso de antibióticos, que apresentavam dados sobre eventos adversos e sua relação com práticas de enfermagem. O processo de seleção seguiu o fluxograma PRISMA, resultando em um total de 12 artigos incluídos. Os resultados revelaram incidência de eventos adversos variando entre 17% e 21% em adultos hospitalizados, com predominância de reações gastrointestinais, cutâneas e hepáticas. Em pediatria, observaram-se principalmente eventos hematológicos e reações inflamatórias associadas a erros de administração. Os estudos evidenciaram que grande parte desses eventos estava diretamente relacionada a falhas de enfermagem, como diluição inadequada, incompatibilidade medicamentosa, velocidade incorreta de infusão e monitoramento insuficiente. Também foi identificada subnotificação de eventos, dificultando a rastreabilidade e a prevenção de novos incidentes. Na discussão, verificou-se que os eventos adversos evitáveis refletem fragilidades nos processos assistenciais e necessidade de qualificação contínua da equipe. A adoção de protocolos padronizados, dupla checagem, uso de bombas de infusão, monitoramento rigoroso e educação permanente mostrou-se essencial para a redução de danos e fortalecimento da cultura de segurança. Conclui-se que a atuação da enfermagem é determinante para a mitigação de eventos adversos associados à antibioticoterapia. O aprimoramento das práticas técnicas e a consolidação de estratégias institucionais de segurança são fundamentais para assegurar um cuidado seguro, eficaz e baseado em evidências.