Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/12593
Tipo: Dissertação
Título: TRANSTORNOS DE ANSIEDADE E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM GESTANTES DO MUNICÍPIO DE TRÊS LAGOAS-MS: UMA ANÁLISE DAS VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS E DE SAÚDE
Autor(es): THAYLLA PEREIRA DOS SANTOS
Primeiro orientador: Fernanda Luciano Rodrigues
Resumo: A gestação é um evento fisiológico de alta complexidade, que envolve intensas transformações no corpo e na mente da mulher, que são fundamentais para a manutenção da gravidez e o desenvolvimento fetal. Essas modificações, que incluem alterações hormonais, metabólicas, cardiovasculares e emocionais, impactam diretamente a saúde da mulher e exigem cuidados específicos no acompanhamento pré-natal. Transtornos de ansiedade durante a gestação configuram um importante problema de saúde pública, com possíveis repercussões sobre os desfechos obstétricos e cardiovasculares. A escassez de estudos que integrem variáveis emocionais, clínicas e sociodemográficas evidencia uma lacuna no conhecimento, especialmente em regiões com características sociodemográficas como o município de Três Lagoas-MS. Este estudo teve como objetivo analisar a severidade dos transtornos de ansiedade e o risco cardiovascular em gestantes de Três Lagoas-MS, associando-os a variáveis sociodemográficas e de saúde. Trata-se de um estudo descritivo-correlacional, transversal de abordagem quantitativa, realizado com 100 gestantes cadastradas nas 17 Unidades de Saúde da Família. Os dados foram coletados durante as consultas de pré-natal, por meio de questionário sociodemográfico e de saúde, e através de um instrumento validado para mensuração do risco de ansiedade (GAD-7). A pesquisa seguiu todos os preceitos éticos, sendo aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa e com consentimento livre e esclarecido assinado por todas as participantes. Com a classificação de risco, 57% das gestantes foram estratificadas com risco para desenvolvimento de transtornos de ansiedade grave, enquanto 97% das gestantes foram classificadas com risco baixo para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares em 10 anos pelo Escore de Framingham, mesmo apresentando diversos fatores de risco, já consagrados pela literatura. Dentre as gestantes avaliadas, 31% estavam com o colesterol total acima de 240 mg/dL e 32% estavam com o colesterol total entre 200 e 239 mg/dL, caracterizando hipercolesterolemia e hipercolesterolemia limítrofe, respectivamente. Identificamos ainda que 30% das gestantes estavam com o colesterol HDL baixo (< 50 mg/dL), 36% estavam com triglicerídeos alto (>200 mg/dL) e 24% estavam com o colesterol LDL alto (>200 mg/dL). Com relação à PA, 43% das gestantes estavam com a PA elevada (> 140 x 90 mmHg) no momento em que foi aferida, sendo que 14% já tinham diagnóstico prévio de HAS e estavam em tratamento medicamentoso antes de engravidar. Ainda, 25% das gestantes apresentaram diagnóstico prévio de DM, sendo 21% com diabetes mellitus gestacional (DMG), 2% com DM tipo 1 e 2% com DM tipo 2. O presente estudo demonstrou que, embora as gestantes da amostra apresentassem diversos fatores de risco conhecidos para doenças cardiovasculares, o Escore de Framingham não identificou um aumento no risco cardiovascular em 10 anos, confirmando que este não é o método mais robusto para avaliação do risco cardiovascular em gestantes. No entanto, observamos um risco elevado para transtornos de ansiedade grave na população estudada, que pode estar associado a fatores fisiológicos, como hipertensão, dislipidemias e doenças crônicas pré-existentes, bem como a fatores psicossociais que comumente estão presentes durante a gestação. Este estudo reforça que o cuidado integral à gestante deve contemplar dimensões psicossociais e clínicas de forma articulada, com enfoque multiprofissional e intersetorial. Assim, espera-se que esses achados sirvam de fundamento para estudos futuros, estimulando o uso de diferentes metodologias e abordagens que possam complementar ou ampliar os resultados obtidos.
Abstract: Pregnancy is a highly complex physiological event involving profound transformations in a woman’s body and mind, which are fundamental for maintaining gestation and ensuring fetal development. These modifications, including hormonal, metabolic, cardiovascular, and emotional changes, directly impact maternal health and require specific attention during prenatal care. Anxiety disorders during pregnancy represent a significant public health concern, with potential repercussions on obstetric and cardiovascular outcomes. The scarcity of studies integrating emotional, clinical, and sociodemographic variables reveals a gap in knowledge, especially in regions with sociodemographic characteristics similar to those of the municipality of Três Lagoas-MS, Brazil. This study aimed to analyze the severity of anxiety disorders and cardiovascular risk among pregnant women in Três Lagoas-MS, associating these factors with sociodemographic and health-related variables. This was a cross-sectional, descriptivecorrelational, quantitative study, conducted with 100 pregnant women registered in the 17 Family Health Units. Data were collected during prenatal consultations through a sociodemographic and health questionnaire, and using a validated instrument for measuring anxiety risk (GAD-7). The research complied with all ethical principles, having been approved by the Research Ethics Committee, with informed consent signed by all participants. According to the risk classification, 57% of pregnant women were stratified as at risk for developing severe anxiety disorders, whereas 97% were classified as having a low risk of developing cardiovascular disease over 10 years based on the Framingham Score, despite presenting several established risk factors described in the literature. Among the pregnant women evaluated, 31% had total cholesterol levels above 240 mg/dL, and 32% had total cholesterol between 200 and 239 mg/dL, characterizing hypercholesterolemia and borderline hypercholesterolemia, respectively. Additionally, 30% had low HDL cholesterol (200 mg/dL), and 24% had elevated LDL cholesterol (>200 mg/dL). Regarding blood pressure, 43% of pregnant women presented high blood pressure (>140 x 90 mmHg) at the time of measurement, and 14% had a previous diagnosis of hypertension and were already receiving antihypertensive treatment before pregnancy. Furthermore, 25% of the participants had a prior diagnosis of diabetes mellitus, of which 21% were gestational diabetes (GDM), 2% type 1 DM, and 2% type 2 DM. This study demonstrated that, although the sample presented several known risk factors for cardiovascular disease, the Framingham Score did not indicate an increased 10-year cardiovascular risk, confirming that this is not the most robust method for cardiovascular risk assessment in pregnant women. However, we observed a high risk for severe anxiety disorders among the studied population, which may be associated with physiological factors, such as hypertension, dyslipidemias, and pre-existing chronic diseases, as well as with psychosocial factors commonly present during pregnancy. This study reinforces that comprehensive care for pregnant women must address psychosocial and clinical dimensions in an integrated way, with a multiprofessional and intersectoral focus. It is hoped that these findings will provide a basis for future studies, encouraging the use of different methodologies and approaches that may complement or expand upon these results.
Palavras-chave: Transtornos de Ansiedade. Gravidez. Risco Cardiovascular. Saúde da mulher. Comportamento de risco
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/12593
Data do documento: 2025
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Enfermagem (Câmpus de Três Lagoas)

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