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https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/6722
Tipo: | Dissertação |
Título: | REPERCUSSÕES DA COVID-19 NA MORTALIDADE MATERNA NO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL |
Autor(es): | MAYARA SOARES CUNHA |
Primeiro orientador: | Andreia Insabralde de Queiroz Cardoso |
Resumo: | Introdução: O perfil clínico-epidemiológico para mulheres/gestantes na pandemia de COVID 19 teve repercussões na morbimortalidade que foram sendo compreendidas a partir do 2º bimestre e após a primeira “onda” da doença, quando evidências acerca da relação das alterações da gravidez e do puerpério demonstraram o aumento da incidência de óbitos para essa população em ascensão. Objetivo: Analisar as repercussões no perfil epidemiológico da mortalidade materna após o início da pandemia de COVID-19. Método: Duas etapas metodológicas foram realizadas. A primeira foi uma revisão integrativa sobre a mortalidade durante a pandemia de COVID-19, em nível global, por meio da coleta de dados em protocolo estruturado, utilizando estratégia de P – População, V – Variável de interesse, O – desfecho. A segunda etapa consistiu em um estudo observacional, com desenho transversal e quantitativo, para analisar a mortalidade materna no estado de Mato Grosso do Sul (MS), dois anos antes da pandemia (2018 e 2019) e dois anos após o seu início (2020 e 2021); os dados, obtidos na base de dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), são provenientes das Declarações de Óbitos Maternos e das Fichas de Investigação de Óbito Materno: síntese, conclusões e recomendações (Ficha M5). Os dados foram tabulados em Microsoft Excel e, com o auxílio do software estatístico R-Studio, foram analisadas as características socioeconômicas, além das gerais,como comorbidades, óbito na gestação ou no puerpério, local de ocorrência, necropsia, macrorregião e período de ocorrência do óbito, com a aplicação do teste qui-quadrado. A Razão de Mortalidade Materna (RMM), e os Anos Potenciais de Vida Perdidos(APVP) também foram analisados. As prevalências do período do óbito e as razões de prevalência não ajustadas foram calculadas utilizando o modelo de regressão de Poisson. Resultados: Na primeira etapa, foram selecionadas 15 publicações, que ocorreram entre os anos de 2020 e 2022, sendo o maior quantitativo o do ano de 2021. Dois artigos evidenciaram os picos de óbito materno entre as semanas epidemiológicas 17 e 30 do ano de 2020. Os estudos evidenciaram o aumento da RMM entre os anos de 2020 e 2021. Risco e taxa de letalidade foram identificados com elevação, e o perfil clínico dos óbitos maternos esteve relacionado à faixa etária acima de 35 anos e a comorbidades pré-existentes. Apenas um estudo relacionou a deficiência de ferro com o agravamento clínico. Na segunda etapa, foram analisadas 118 mortes maternas. Delas, 51 ocorreram entre 2018-2019 e 67, entre 2020-2021. A RMM passou de 57,97 para 80,25. Os APVP aumentaram de 1.774,41 para 2.237,34. Puérperas tiveram elevadas taxas de mortalidade. A doença respiratória teve razão de prevalência de 2,18 (IC=1,34-3,52). Os resultados evidenciam a vulnerabilidade das mulheres no ciclo gravídico puerperal às doenças com alto contágio e com virulência elevada, como a COVID-19. Conclusão: Os óbitos maternos foram impactados com o surgimento da pandemia, elevando as taxas de RMM, que estavam em declínio nos anos anteriores. Demonstrou-se, com testes estatísticos, que as doenças respiratórias foram influentes nos óbitos. Gestantes e principalmente puérperas devem ser priorizadas em nível global e no estado de MS, com ações de saúde para ampliar a assistência e a prevenção de agravos dessa população no que tange ao surgimento de doenças de alta transmissibilidade. |
Abstract: | Introduction: The clinical-epidemiological profile for women and pregnant women in the COVID-19 pandemic had repercussions on morbidity and mortality that were understood from the second two months onwards and after the first “wave” of the disease, when evidence about the relationship between changes in pregnancy and puerperal demonstrated an increase in incidence of deaths for this growing portion of the population. Objective: To analyze the repercussions on the epidemiological profile of maternal mortality after the start of the COVID-19 pandemic. Method: Two methodological stages were carried out. The first was an integrative review of mortality during the COVID-19 pandemic at a global level through data collection in a structured protocol using the P (population), V (variable of interest), and O (outcome). The second stage was an observational study with a cross-sectional, quantitative design to analyze maternal mortality in the state of Mato Grosso do Sul (MS), two years before the pandemic (2018 and 2019) and two years after its start (2020 and 2021), with data obtained from the State Department of Health database from Maternal Death Declarations and Maternal Death Investigation Forms: summary, conclusions, and recommendations (Sheet M5). The data were tabulated in Microsoft Excel, and, with the help of the statistical software R-Studio, socioeconomic characteristics were analyzed, as well as general ones, such as comorbidities, death during pregnancy or postpartum period, place of occurrence, necropsy, macro-region, and the period of occurrence of the death, with the application of the chi-square test. The Maternal Mortality Ratio (MMR) and the Potential Years of Life Lost (YPLL) were also analyzed. Prevalence for the period of death and unadjusted prevalence ratios were calculated using the Poisson regression model. Results: In the first stage, 15 publications were selected, which occurred between the years 2020 and 2022, with the highest proportion in the year 2021. Two articles highlighted the epidemiological weeks and peaks in maternal deaths between epidemiological weeks 17 and 30 of the year 2020. The studies showed an increase in the MMR between the years 2020 and 2021. The risk and lethality rate were identified as increasing, and the clinical profile of maternal deaths was related to the age group over 35 years old and pre-existing comorbidities. Only one study linked iron deficiency with clinical worsening. In the second stage, 118 maternal deaths were analyzed; 51 occurred between 2018 and 2019 and 67 between 2020 and 2021. The MMR increased from 57.97 to 80.25. The PYLL increased from 1,774.41 to 2,237.34. Postpartum women had high mortality rates. Respiratory disease had a prevalence ratio of 2.18 (CI = 1.34–3.52). The results highlight the vulnerability of women in the pregnancy and puerperal cycle to diseases with high contagion and high virulence, such as COVID-19. Conclusion: Maternal deaths were impacted by the emergence of the pandemic, increasing the MMR, which had been declining in previous years. It was demonstrated with statistical tests that respiratory diseases were influential in deaths. Pregnant women and especially postpartum women should be prioritized globally, and in the state of MS, with health actions to expand assistance and prevent diseases for this population, regarding the emergence of highly transmissible diseases. |
Palavras-chave: | Morte Materna SARS-CoV-2 Vigilância em saúde pública. |
País: | Brasil |
Editor: | Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul |
Sigla da Instituição: | UFMS |
Tipo de acesso: | Acesso Restrito |
URI: | https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/6722 |
Data do documento: | 2023 |
Aparece nas coleções: | Programa de Pós-graduação em Enfermagem |
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