Use este identificador para citar ou linkar para este item: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/11246
Tipo: Dissertação
Título: Representações sociais da autolesão para jovens escolares de Campo Grande/MS: o corpo em questão
Autor(es): Amanda Ferreira de Andrea
Primeiro orientador: Alberto Mesaque Martins
Resumo: Na esteira das práticas corporais, a ação de provocar marcas intencionais no próprio corpo com o objetivo de promover alívio do sofrimento psicológico é entendida como um fenômeno social e contemporâneo. A autolesão, uma das terminologias utilizadas para nomear esse fenômeno, a qual será adotada nesse trabalho, apresenta duas características centrais: as lesões não possuem intenção suicida e não são validadas socialmente. Diversos autores consideram que a autolesão é praticada principalmente por jovens, sendo a prática, por vezes, reforçada entre os adolescentes. Observa-se, dentre outros aspectos, que a hiperconectividade, marcante dos dias atuais tem refletido na subjetividade dos jovens, principalmente nas meninas e mulheres, na sua relação com seus corpos, saúde e bem-estar, sendo impactados pelas normativas de beleza e moda que circulam socialmente, na busca do corpo ideal, magro e saudável. O corpo aparece, para os jovens, como objeto de importância social. Dito isso, essa pesquisa teve como objetivo geral analisar as representações sociais de jovens escolares em relação a autolesão. Nos objetivos específicos, buscou-se analisar as atitudes, comportamentos e hábitos relacionados às práticas corporais ou cuidados com o corpo entre os jovens e analisar os aspectos estruturais das representações sociais de autolesão para os jovens participantes da pesquisa. Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizou-se da perspectiva teórica da Teoria das Representações Sociais, por meio da abordagem estrutural do Núcleo Central. A pesquisa foi do tipo qualitativa, realizada por meio da aplicação de um formulário online, composto pela Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP), além de questões sobre caracterização sociodemográfica, percepção de saúde mental, satisfação corporal, práticas corporais e experiências de autolesão. A aplicação se deu em três escolas públicas da rede estadual de ensino, localizadas no município de Campo Grande – Mato Grosso do Sul. Participaram 83 jovens, sendo uma maior parte meninas e a mesma proporção de jovens brancos e negros. Por meio dos resultados, foi possível constatar que as meninas são as que mais indicam insatisfação corporal e autopercepção negativa da saúde mental, em que a internet parece ter significativa relação, uma vez que a maioria dos jovens relatou uso constante das redes sociais, relação também apontada por outras pesquisas. Em relação às representações sociais (RS) da autolesão para este grupo de jovens, o núcleo central é composto pelos elementos dor e corte, enquanto elementos organizativos e normativos. O sistema periférico está organizado por categorias das causas para a autolesão, das funções e dos métodos e instrumentos, significados a partir do núcleo central. Por fim, constatou-se a necessidade de construir espaços de expressão e acolhimento à juventude, possibilitando outros meios de assimilação e ressignificação dos sofrimentos vivenciados.
Abstract: Stemming from bodily practices, the intentional act of marking one’s own body to relieve psychological distress is understood as a contemporary social phenomenon. Self-injury, one of the terms used to describe this phenomenon, which will be adopted in this study, has two central characteristics: injuries are not suicidal intent and are not socially validated. Several authors consider self-injury to be predominantly practiced by young people, often reinforced among adolescents. Among other aspects, the hyperconnectivity characteristic of contemporary times has influenced young people's subjectivity, particularly girls and women, in their relationship with their bodies, health, and well-being. This affected prevailing beauty and fashion norms circulating socially, driving the pursuit of an ideal, slim, and healthy body. Among the youth, the body holds a prominent place in social dynamics. That said, this research aimed to analyze the social representations of self-injury among school-aged youth. The specific objectives included analyzing the attitudes, behaviors, and habits concerning bodily practices or body care among youth and analyzing the structural aspects of social representations of self-injury among the participants. The study employed the theoretical perspective of Social Representation Theory using the structural approach of the Central Nucleus Theory. This qualitative study was conducted through the application of an online questionnaire, which included the Free Word Association Technique (FWAT) and questions about sociodemographic characterization, mental health perceptions, body satisfaction, bodily practices, and self-injury experiences. The survey was carried out in three public schools in the state education network in Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A total of 83 young individuals participated, most of whom were girls, with an equal proportion of White and Black youth. The results revealed that girls reported greater dissatisfaction with their bodies and a more negative self-perception of mental health, in which the internet seems to have a significant relationship, as most participants reported frequent social media use. This relationship has also been identified in other studies. Regarding the social representations (SR) of self-injury for this group, the central nucleus was composed of the elements "pain" and "cut," which serve as organizational and normative components. The peripheral system was structured around categories such as the causes of self-injury, its functions, and the methods and instruments, which derive meaning from the central nucleus. Finally, the study established the need to create spaces for youth expression and support to enable alternative ways of processing and reframing their experiences of suffering.
Palavras-chave: corporeidade
comportamento autodestrutivo
representação social
jovens
psicologia social.
País: Brasil
Editor: Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Sigla da Instituição: UFMS
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/11246
Data do documento: 2024
Aparece nas coleções:Programa de Pós-graduação em Psicologia

Arquivos associados a este item:
Arquivo TamanhoFormato 
DISSERTAÇÃO AMANDA VERSÃO FINAL.pdf2,26 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.